Um perdão de dívida na zona euro? A Apple a comprar a Tesla? O Saxo Bank faz todos os anos uma lista com previsões arrojadas que, embora tenham pouca probabilidade de acontecer, não são impossíveis de se concretizar. É uma forma de refletir sobre os grandes temas que podem ter impacto nos mercados financeiros e que apesar de serem improváveis estão a ser subestimados.
“São riscos que estão ainda subvalorizados e que podem alterar radicalmente as perspetivas de investimento e económicas nos próximos 12 a 24 meses se virem a luz do dia”, explica o economista-chefe do banco dinamarquês na publicação sobre as previsões improváveis para o próximo ano. Steen Jakobsen explica que é uma forma de “encorajar os investidores a pensar fora da caixa”.
A base para as previsões do próximo ano é que é chegado o momento de dizer basta. “Um mundo a ser gerido no vazio terá de acordar e começar a criar reformas, não porque queira mais porque assim será necessário. Os sinais estão em todo o lado”, explica Steen Jakobsen.
O economista explica que “2019 irá marcar uma alteração profunda nesta mentalidade já que estamos a chegar ao fim do caminho em adicionar nova dívida”. Acrescenta que “o grande ciclo de crédito está já a mostras sinais de se estar a restringir em 2018 e irá irromper pelos mercados desenvolvidos no próximo ano e os bancos centrais terão de repensar tudo de novo. Afinal de contas, os seus esforços a imprimir dinheiro desde 2008 apenas cavou um maior buraco de dívida”.
O economista do Saxo Bank explica que “se alguma destas previsões fora da caixa vir a luz do dia, poderemos finalmente ver uma mudança saudável em direção a uma sociedade menos endividada, com um menor foco nos ganhos e no crescimento de curto prazo”. Mas haverá também algumas hipóteses que se concretizarem terão efeitos bem negativos. “Poderemos ver uma degradação da independência dos bancos centrais, uma crise de crédito e perdas pesadas numa ativo em que todos estão a apostar: o imobiliário”, avisa Steen Jakobsen.
Estas previsões não são o cenário central do Saxo Bank. Mas na edição do ano passado houve algumas projeções que acertaram em alguns temas do mercado, como a descida acentuada da bitcoin. O banco dinamarquês perspetivava também uma perda de independência da Reserva Federal dos EUA, que tem vindo a ser pressionada por Donald Trump.
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