//Dos transportes ao pão, das portagens ao gás. Que preços vão aumentar em 2023?

Dos transportes ao pão, das portagens ao gás. Que preços vão aumentar em 2023?

Preço do pão deverá voltar a subir em 2023

O preço do pão deverá voltar a subir em 2023, em função do aumento dos custos das matérias-primas e da energia, mas também impactado pela atualização do salário mínimo nacional, adiantou à Lusa a ACIP.

“Muito dependerá da variação dos preços das matérias-primas e energias, mas será muito provável que aumente, até pelo impacto do aumento do salário mínimo”, perspetivou a direção da Associação do Comércio e da Indústria da Panificação (ACIP), em resposta à Lusa.

De acordo com a associação, apenas uma parte dos aumentos tem sido refletida no preço pago pelo consumidor, o restante tem sido suportado pelos produtores que, por sua vez, registam uma quebra nas margens de lucro.

Bilhetes ocasionais do Metro de Lisboa e da Carris aumentam 10% para 1,65 euros

O bilhete mais barato para andar no metro e nos autocarros da Carris vai custar mais 15 cêntimos em 2023.

Os preços dos bilhetes ocasionais do metro de Lisboa e da Carris vão aumentar 10%, para 1,65 euros por viagem, a partir de 1 de janeiro. O preço atual de uma viagem no Metropolitano e na Carris através do bilhete ocasional pré-comprado é de 1,50 euros.

No caso dos carregamentos “zapping” em cartões Viva Viagem e Navegante (através de montantes entre os três euros e os 40 euros), cada viagem custará 1,47 euros, mais 12 cêntimos do que em 2022 (com o custo de 1,35 euros).

Na sua página na Internet, o Metro salienta que em 2023 os bilhetes diários (válidos para as viagens realizadas em 24 horas após a primeira validação) para a Carris/Metro custarão 6,60 euros (6,45 euros em 2022), na Carris/Metro/Transtejo 9,70 euros (9,60 euros este ano) e na Carris/Metro/CP mantém o preço de 10,70 euros.

Andar de metro e autocarro no Porto também fica mais caro

Comprar um bilhete de uma ou duas zonas (Z2) vai ficar cinco cêntimos mais caro, já que o bilhete passará a custar 1,30 euros – o que se traduz num aumento de 4%, segundo informação da Andante. Para três zonas (Z3), o aumento será de 10 cêntimos.

Ao contrário do que acontece em Lisboa, os aumentos mais expressivos estão nos bilhetes de 24 horas (Andante 24), o bilhete Z2 vai aumentar 50 cêntimos, para 4,70 euros, o que corresponde a um aumento de mais 11,9%. Para a zona Z3, o aumento é do mesmo valor, para 6,05 euro

Já um bilhete adquirido num autocarro dentro da Área Metropolitana do Porto, passa a custa 2,50 euros: no caso da STCP, o aumento é de 50 cêntimos.

Ligações fluviais no Tejo com aumentos entre 5 e 15 cêntimos

O preço dos bilhetes nas ligações fluviais entre a Margem Sul do Tejo e Lisboa vão aumentar no próximo ano entre cinco e 15 cêntimos, de acordo com o tarifário a aplicar a partir de janeiro e hoje divulgado.

Segundo uma nota publicada na página da Internet da empresa que assegura aquele transporte fluvial, a Transtejo/Soflusa, os bilhetes simples inteiros na ligação Montijo-Cais do Sodré vão passar de 2,85 euros para três euros e nas ligações Barreiro-Terreiro do Paço e Seixal-Cais do Sodré o preço sobe de 2,50 euros para 2,65 euros.

A ligação de Cacilhas para o Cais do Sodré passa a custar 1,40 euros (1,30 euros este ano) e o percurso Trafaria-Porto Brandão-Belém 1,30 euros (1,25 este ano).

Preço das portagens sobe 4,9% em 2023

Os títulos TTSL e os títulos Navegante, relativos a passes de 30 dias/mensais, não sofrem alterações em relação aos valores aplicados este ano, já que o governo determinou o congelamento dos preços na sequência do pacote de apoios às famílias.

O tarifário a aplicar em 2023 está disponível online.

Portagens aumentam 4,9%

As portagens vão aumentar 4,9% a partir de janeiro, anunciou o ministro das Infraestruturas, no final do Conselho de Ministros de 22 de dezembro, considerando “equilibrada” a solução a que foi possível chegar e recentemente aprovada.

“Era para nós claro que um aumento de 9,5% e 10,5% era insuportável, mas também há contratos e responsabilidades (…) e tentámos encontrar uma solução equilibrada que permitisse um aumento menor”, disse o ministro Pedro Nuno Santos.

Assim, a partir de 1 de janeiro, as taxas de portagens terão um aumento que será 4,9% a ser suportado pelos utilizadores. Acima deste valor, precisou o governante, “2,8% serão responsabilidade do Estado e o remanescente, até 9,5% ou 10,5%, será suportado pelas concessionárias”.

Segundo o ministro, o Estado vai gastar cerca de 140 milhões de euros para limitar o aumento das portagens para os utilizadores a 4,9% a partir de janeiro.

Fatura do gás natural aumenta 3%

A fatura do gás natural vai aumentar, a partir de janeiro, cerca de 3% para os clientes mais representativos do mercado regulado, depois de um desvio nas previsões dos preços de aquisição, adiantou hoje a ERSE.

Em comunicado, a ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos referiu que atualizou “o preço da tarifa de energia do mercado regulado, em mais dois euros por MWh, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2023”.

Assim, “esta atualização ocorre num momento em que os mercados de energia são particularmente afetados pelo conflito que decorre entre a Ucrânia e a Rússia”, sendo que “a tarifa de energia reflete o custo de aquisição de energia do Comercializador de Último Recurso grossista [CURg], sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado”.

“Para a maioria dos clientes domésticos do mercado regulado, a atualização representa um aumento de aproximadamente 3% na fatura média mensal de gás natural”, referiu a ERSE.

Assim, a fatura média mensal, a partir de janeiro 2023, para um casal sem filhos (1.º escalão de consumo, consumo 1.610 kWh/ano) aumenta 0,33 euros e para um casal com dois filhos (2.º escalão de consumo, consumo 3.407 kWh/ano) sobe 0,70 euros.

“A aplicação da nova tarifa de energia produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2023 e abrange os consumidores no mercado regulado (cerca de 3% do consumo total e de 324 mil clientes, em outubro de 2022)”, destacou.

Preço da eletricidade sobe 1,6%

O preço da eletricidade em mercado regulado aumenta 1,6% em janeiro de 2023, sendo que a subida ascenderá a 3,3% face à média deste ano, valores superiores aos propostos em outubro, anunciou a ERSE.

Num comunicado, hoje divulgado, a ERSE — Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos adiantou que “para os clientes que permaneçam no mercado regulado (que representam 6,7% do consumo total e 941 mil clientes, respeitantes a final de outubro de 2022), ou que, estando no mercado livre, tenham optado por tarifa equiparada, a variação média anual das tarifas transitórias de Venda a Clientes Finais em Baixa Tensão Normal (BTN) é de 3,3%”.

Por outro lado, a “variação anual apresentada é relativa ao preço médio do ano 2022, que integra as atualizações em alta da tarifa de energia em abril e outubro de 2022, bem como a fixação excecional de tarifas em julho de 2022”, sendo que, “fruto destas alterações, numa perspetiva mensal, em janeiro de 2023 os clientes de BTN em mercado regulado registarão um aumento médio de 1,6% em relação aos preços em vigor em dezembro de 2022”.

Taxas de juro continuam a subir

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, considera que haver mais subidas das taxas de juro é uma “inevitabilidade” e acredita que a inflação dará sinais mais visíveis de abrandamento a partir do final do primeiro trimestre de 2023.

Mário Centeno acredita que o pico da inflação em Portugal estará prestes a ser atingido: “em outubro ultrapassou os 10%, em novembro caiu ligeiramente; é expectável que em dezembro volte a cair”. Mas deverá voltar a subir no início do ano.

Em entrevista esta quinta-feira à noite, na RTP, Mário Centeno admitiu que, num cenário de previsibilidade, e sem que haja um agravamento do conflito da Ucrânia, a taxa de referência do BCE deverá continuar a subir até um máximo de 3,5% para, depois, convergir para a taxa de juro neutral que, no caso europeu, está estimada em cerca de 2%.

Os preços das casas em Portugal continuaram a subir em 2022, mas, de acordo com a análise recente do Financial Times, quase todos os países deverão sentir um abrandamento generalizado em 2023.

Cabaz alimentar continua a aumentar

O cabaz de compras de produtos alimentares essenciais, no fim do ano, está 35 euros mais caro que o preço cobrado antes da Guerra na Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro, custando 218 euros e 94 cêntimos.

Os cereais e o peixe foram os produtos que registaram a maior subida.

A associação de Defesa do Consumidor tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”.

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