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O Banco Central Europeu (BCE) tem um mandato para a inflação, não para a taxa cambial. É a resposta do presidente do BCE a Donald Trump, que arrasou o discurso desta terça-feira de Mário Draghi, em Sintra.
Draghi anunciou que o BCE está disponível para voltar a cortar os juros e para avançar com novos estímulos à economia, se necessário.
Estas declarações levaram o Presidente norte-americano a comparar a zona euro à China, por considerar que estas alterações na política monetária dão vantagens concorrências injustas aos países do euro, insinuando que estão a manipular o valor do euro.
Na resposta, Draghi foi curto e direto: “temos o nosso mandato, que é manter a estabilidade de preços, definida como uma taxa de inflação nos 2% ou logo abaixo desse valor, no médio-longo prazo. Já disse que estamos preparados para usar todos os instrumentos necessários para cumprir este mandato. E não temos como alvo a taxa de câmbio”.
Mário Draghi admite que o euro pode ser uma moeda tão importante como o dólar, mas para isso necessita de concluir a união bancária, necessita de um mercado único de capitais e ativos comuns seguros.
Sobre os estímulos anunciados durante a manhã, que incluem novos cortes nos juros, esta tarde Mário Draghi voltou ao tema, para reforçar que não é apenas uma possibilidade.
A própria incerteza é já um risco material, o BCE só não avança se não for necessário, “o trigger que podia sugerir a necessidade de agir já não é se algo adverso se materializar, mas antes na ausência de melhorias”.
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