O secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT) diz-se disponível para negociar a redução do horário de trabalho para os profissionais do comércio e serviços, desde que não haja descida dos salários.
É a reação oficial da UGT à entrevista do presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCSP) no programa Dúvidas Públicas da Renascença e onde João Vieira Lopes admitiu que reduzir a carga laboral pode ser uma solução para atrair mais profissionais.
Mário Mourão aplaude esta mudança de postura, mas deixa o aviso de que “isso não pode significar descidas nos salários”.
“A redução do trabalho vai muito ao encontro daquilo que a UGT defende como a conciliação da vida profissional com a vida familiar. Nesse sentido, desde que não haja a redução de salários, a UGT estará disposta a apreciar as propostas que a federação do comércio apresentará em concertação social”, defende.
O líder da UGT lamenta ainda que esta medida tenha chegado demasiado tarde e que as decisões sejam sempre tomadas em “momentos limite”, como o que se vive atualmente devido à falta de profissionais.
“Isto é quase uma cultura em Portugal. Somos quase sempre obrigados a recorrer a soluções quando as situações estão perto do descontrolo. A UGT já tinha feito desafios neste âmbito na concertação social, mas, apesar de ser tarde, vêm sempre a tempo de a UGT entrar em negociações para arranjar uma solução boa para ambas as partes”, rematou.
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