//Economia com mais 65 mil postos de trabalho do que antes da pandemia

Economia com mais 65 mil postos de trabalho do que antes da pandemia

O emprego recuperou do choque trazido pela pandemia e superou no ano passado em 1,6% o número de postos de trabalho declarados em 2019, com mais 65 402 trabalhadores a descontar, revelam os dados anuais finais de gestão de remunerações da Segurança Social a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso.

Na média anual de 2021, são contabilizados cerca de 4,3 milhões de trabalhadores por conta de outrem, um máximo da última década e em linha com a tendência que os dados de evolução do emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) têm vindo a evidenciar.

Em 2020, e na sequência do choque a várias atividades dependentes da circulação de pessoas trazido pela pandemia, o trabalho por conta de outrem declarado recuou 0,7%, com menos 30 577 indivíduos a descontar, em termos líquidos e de média final anual. Mas, ao longo dos meses desde a chegada da covid, foram várias as flutuações, com a primavera de 2021 a ser marcada ainda por perdas expressivas no nível de emprego face a 2019, penalizando sobretudo os salários mais baixos, com perdas de emprego superiores a 100 mil postos de trabalho, nos cálculos feitos então a partir de dados mensais.

Os dados a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso não permitem ainda avaliar em que escalões salariais houve maior crescimento de emprego, e se houve já uma recuperação no trabalho declarado entre quem recebe as remunerações mais baixas. O INE tem apontado alguns segmentos que têm ficado ainda para trás nesta recuperação, como o dos jovens – onde o desemprego continua a subir – e os trabalhadores de setores como o alojamento e a restauração.

A perda de emprego entre salários mais baixos e a tendência de recuperação mais forte nas remunerações mais altas e profissões mais qualificadas, num processo de recomposição do emprego, ajuda a explicar uma subida mais acelerada da média salarial declarada.