//Economia digital representa 4,6% do PIB português

Economia digital representa 4,6% do PIB português

A economia digital contribuiu, em 2017, com nove mil milhões de euros no produto interno bruto (PIB) português, ou o equivalente a 4,6%. O valor faz parte de um estudo apresentado esta sexta-feira pela consultora BCG e que contou com o apoio da Google Portugal.

O impacto do digital acaba por ser maior se tivermos em conta que há ações que se iniciam na internet – como consultar o preço de um produto -, mas depois terminam no mundo físico, no chamado canal offline. Tendo estes cenários em conta, então o impacto da economia digital ascende a 25 mil milhões de euros em Portugal.

Ainda assim, o impacto do mundo digital no PIB em Portugal acaba por ser inferior aos valores registados pela mesma área noutros países europeus: em Itália representa 5% do PIB, em Espanha 6,4% e no Reino Unido já representa 13,8%.

“Portugal é um importador líquido do digital, consumimos mais digitalmente do que aquilo que exportamos”, explicou Pedro Pereira, diretor-geral da BCG Portugal, sobre os valores apresentados.

O executivo considera que Portugal pode diminuir a distância que existe para outros países na área da economia digital e que se se conseguir afirmar-se como um hub tecnológico para a Europa – um pouco como já está a acontecer com a atração de centros de desenvolvimento e apoio -, então as receitas geradas pelo mundo digital vão aumentar de forma significativa.

Estima a BCG que se tal acontecer, Portugal pode chegar a 2025 com a economia digital a valer mais 20 mil milhões de euros adicionais do que aquilo que já vai valer.

“Estamos perante a quarta revolução industrial. Se olharmos, é a primeira revolução que depende menos do mercado interno, é aquela que menos depende de matérias-primas locais e a que menos depende da nossa posição geográfica no globo. (…) Não só temos uma oportunidade de jogar, como o prémio é muito interessante”, referiu Pedro Pereira.

O estudo concluiu ainda que 75% dos portugueses já têm acesso à internet e que destes, 45% não abdicariam da internet por nada. Comparando com outros bens do dia-a-dia, mais de 50% dos inquiridos dizem mesmo que preferiam não ter acesso a álcool e chocolate do que não ter acesso à internet. “A relevância para o consumidor e para todos nós é inquestionável”, sublinhou o responsável da BCG.

“O futuro passa inquestionavelmente pelo caminho da digitalização. As empresas nacionais devem estar aptas num modelo omnicanal para responder ao consumidor na hora certa, no local certo”, disse por seu lado o secretário de Estado da defesa do consumidor, João Torres.

No estudo apresentado pela BCG, concluiu-se ainda que só a Google tem um impacto de 2,5 mil milhões na economia em Portugal.

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