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Economia portuguesa vai continuar a abrandar

A economia portuguesa deverá desacelerar este ano e em 2020. Depois de um crescimento de 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, nos próximos dois anos deverá crescer apenas entre 1,6 e 1,9%.

Segundo o relatório “Perspetivas Empresariais – 1.º Trimestre”, do Fórum para a Competitividade, os motivos encontram-se tanto do lado da oferta como da procura. “Estamos a desacelerar para uma tendência de crescimento baixíssima – cerca de 1,5% – porque nada foi feito nos últimos três anos”.

Agricultura, indústria, comércio e turismo são alguns dos sectores em que já se regista abrandamento, que deverá continuar nos próximos dois anos. Nos serviços há alguma estabilização e a construção está a recuperar, com a carteira de encomendas em claro crescimento.

O arrefecimento da economia portuguesa reflete-se na criação de emprego e, por outro lado, a taxa de desemprego deverá baixar ainda, mas mais lentamente.

Brexit arrasa economia internacional

Segundo o relatório do Fórum para a Competitividade, as guerras comerciais e o Brexit são os grandes responsáveis pela “clara deterioração” da economia internacional, “embora seja prematuro falar em recessão”. Mas poderão levar a novas revisões em baixa do crescimento económico ao longo deste ano.

Ao contrário, a China e India deverão manter um forte crescimento.

Face à desaceleração da economia europeia, o Banco Central Europeu deverá manter as taxas de juro de referência inalteradas ao longo de todo o ano de 2019. Ancorada à taxa de juros de depósitos do BCE, a Euribor a 6 meses deverá permanecer entre os 0.25 e os 0.20 pontos base negativos no segundo trimestre deste ano.

O Relatório considera que a subida do petróleo não parece sustentável. Quanto aos preços do gás natural, devem cair ao longo do ano.

Eslováquia: um caso de sucesso na União Europeia

A Eslováquia merece destaque no estudo porque é um dos países do alargamento que tem tido um desemprenho muito favorável, “totalmente contrário ao que, infelizmente, se tem passado com Portugal”.

É considerado um caso “muito interessante” porque partiu de uma base muito frágil e conseguiu enormes progressos, tendo ultrapassado o rendimento per capita de Portugal em 2012, quando em 1993 era apenas 55,5%.

As reformas realizadas entre 1998 e 200, que incluíram a redução de impostos e simplificação fiscal, a liberalização do mercado de trabalho, a reforma da educação e a luta contra a corrupção, estão na base do sucesso.

Na opinião dos especialistas que realizaram o relatório “Perspetivas Empresariais do 1º Trimestre de 2019″, o apoio da sociedade civil foi decisivo para os bons resultados deste país europeu que tem metade do território e da população de Portugal.

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