//Economistas da Católica alertam que crescimento em 2024 deverá ser inferior à previsão do Governo

Economistas da Católica alertam que crescimento em 2024 deverá ser inferior à previsão do Governo

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Os economistas da Católica Lisbon Forecasting Lab estimam que o crescimento no próximo ano será mais magro do que o apresentado pelo Governo na proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

De acordo com o executivo de António Costa, Portugal vai ter um crescimento de 1,5%, mas pelas contas dos economistas da Católica deve-se ficar por 1%.

Trata-se de um valor “abaixo do que é a média histórica para a economia portuguesa, muito fruto da conjuntura internacional e uma vez esgotados aqueles ressaltos muito grandes que ainda estão associados ao fim das regras especiais que ocorreram por altura da pandemia”, segundo disse à Renascença o economista João Borges de Assunção.

Para este responsável do Católica Lisbon Forecasting Lab, “esse processo continuou a dar crescimentos acima do normal o ano passado e este ano, mas para o próximo ano isso já não se notará”.

Antes pelo contrário, “vai notar-se é a maior fragilidade que tem a ver com a conjuntura internacional, com subida das taxas de juro e que tem a ver com a inflação”, sublinha.

A inflação deve bater nos 4%

Para João Borges de Assunção, a “evolução de preços nos últimos meses expurgada das categorias de produtos mais voláteis continua bastante elevada” e, por isso, “há o risco” de o Governo falhar as previsões de 2,9% para a inflação em 2024.

Os economistas da Católica apontam para 4%, acreditando que o cenário dos 2% não vai ser atingido em 2024 e “em 2025 não vai ser fácil e, provavelmente, o BCE deverá ter de tomar medidas adicionais para atingir a meta dos 2%”, antecipa João Borges de Assunção.

As medidas de apoio a quem comprou casa também merecem reparos por parte do responsável pelo Católica Lisbon Forecasting Lab, que diz que “há uma dimensão de grande injustiça nessas medidas, porque certamente quem recebe esses apoios, são sempre grupos muito limitados, que podem receber apoios significativos, de montantes que ainda são avultados”.

João Borges de Assunção avisa que “é preciso ter a certeza de que essas medidas são bem desenhadas e um sistema bem desenhado deveria apoiar também quem paga renda”.

Já a merecer nota positiva, este responsável destaca o fim do IVA Zero no cabaz de alimentos. Para João Borges de Assunção, o IVA Zero “é uma medida que o Governo nunca deveria ter tomado e que agora vai recuar”, admitindo que pode “aumentar o indicador de preços junto do consumidor”.

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