//Economistas não perspetivam para já cenário de “estagflação”

Economistas não perspetivam para já cenário de “estagflação”

Economistas consultados pela Lusa consideram que para já ainda não se perspetiva que a economia entre em ‘estagflação’, situação em que uma economia não cresce, o desemprego aumenta e os preços sobem.

A designação ‘estagflação’ descreve o período vivido na década de 1970 e início da década de 1980 (marcado pelo aumento dos preços do petróleo) em que houve inflação elevada (em alguns países superou os 10%), taxas de crescimento económico baixas e taxas de desemprego altas. Mais recentemente, esse receio tem sido falado devido aos problemas nas cadeias de abastecimento de produtos e alta dos preços da energia.

Segundo o economista-chefe da Allianz Global Investors, Stefan Hofrichter, não se está perante um cenário de ‘estagflação’. Pela análise da sua equipa, disse, a atual probabilidade de recessão está perto de 0%.

Ainda assim, acrescentou em resposta à Lusa, nota-se uma moderação na dinâmica de crescimento, devido a menos estímulos orçamentais, preços de energia mais altos e a crise da covid-19 a continuar ter impacto negativo sobre a oferta e procura.

Sobre a inflação, afirmou o economista-chefe da Allianz Global Investors que deverá continuar a ter valores relativamente elevados, ainda que deva moderar em meados de 2022.

Segundo o economista, as “surpresas da inflação são permanentes” devido ao forte crescimento monetário (desde logo pela política monetária dos bancos centrais), preços do imobiliário mais altos, a que acrescem razões estruturais como salários mínimos mais altos, comércio internacional menos dinâmico (a designada ‘desglobalização’, devido a guerras comerciais, Brexit, etc.) e a luta contra as mudanças climáticas.