O novo presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, agradeceu esta terça-feira o “trabalho incansável” de António Mexia e João Manso Neto e garantiu que a empresa vai continuar a colaborar com as autoridades para esclarecer processo das rendas excessivas.
“Queria começar por agradecer a António Mexia e a João Manso Neto pela liderança e o trabalho incansável que marcou muito os últimos 15 anos da EDP”, afirmou, em conferência de imprensa ‘online’, o presidente do Conselho de Administração Executivo (CAE), aprovado pelos acionistas em assembleia-geral extraordinária, com 99,98% dos votos.
Stilwell de Andrade destacou a expansão da EDP a quase 19 mercados, a aposta nas energias renováveis e o reforço do “ADN” da elétrica como uma empresa inovadora como os grandes marcos da gestão de Mexia, no grupo EDP, e de Manso Neto, na EDP Renováveis (EDPR).
“Não posso deixar de dizer que a EDP sempre colaborou e irá colaborar com as autoridades para esclarecer o que está em causa”, acrescentou, garantindo que a empresa sempre operou “de forma ética”, referindo-se à investigação às rendas excessivas da EDP, que levou à saída de Mexia e Manso Neto da empresa, arguidos no processo por suspeitas da prática de quatro crimes de corrupção ativa e de um crime de participação económica em negócio.
O presidente executivo adiantou ainda que está a ser feita uma “reflexão estratégica”, para anunciar durante o primeiro trimestre, em data ainda a fixar entre o final de fevereiro e o início de março, “um plano estratégico com ambição até 2025”.
Stilwell de Andrade agradeceu também o trabalho de Teresa Pereira, Martins da Costa, Marques da Cruz, que deixam o CAE, e adiantou que os três vão assumir outras posições de destaque na empresa.
Relativamente à redução do número de membros do CAE de nove para cinco elementos, o presidente executivo defendeu que a equipa mais pequena “garante visão estratégica, experiência, foco em criação de valor e ambição em liderar a transição energética” e que foi escolhida pelo “mérito, pelas capacidades de gestão e pela visão global”.
O presidente executivo do grupo EDP assumirá ainda as funções de presidente da EDPR, que foi também um dos temas aprovados pela assembleia-geral de hoje, justificando a decisão com o peso que as renováveis têm atualmente na empresa.
Questionado sobre a pertinência de manter a EDP e a EDPR separadas e cotadas em bolsa, Stilwell de Andrade disse não estar nos planos retirar a EDPR da bolsa, considerando positivo a transparência que isso acarreta, numa área que está em crescimento expressivo.
Já sobre a diminuição da participação na estrutura acionista da China Three Gorges, o novo líder não teceu muitos comentários, porém sublinhou o compromisso assumido pela empresa chinesa “com a gestão e com a parceria de longo prazo” com a EDP.
Relativamente à mudança política nos Estados Unidos da América, onde a EDP fez investimentos na área das renováveis, com a tomada de posse de Joe Biden na quarta-feira, um democrata que tem defendido a adoção de políticas ambientais – ao contrário do presidente cessante, Donald Trump -, Stilwell de Andrade considerou que o momento pode representar “uma oportunidade muito grande” para a elétrica portuguesa, que está a “estudar um plano” relativamente aos planos para aquele país, para incluir no plano estratégico que será conhecido ainda este trimestre.
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