//Efluentes suinícolas “alimentam” sistemas de rega de prados em Salvaterra de Magos

Efluentes suinícolas “alimentam” sistemas de rega de prados em Salvaterra de Magos

Sem desperdiçar água, há prados verdejantes a crescerem entre o campo seco de uma herdade em Salvaterra de Magos, distrito de Santarém. Alimentam bovinos, mas só existem graças ao aproveitamento de efluentes suinícolas para os sistemas de rega.

Reduzir a pegada hídrica é um dos desígnios da empresa Valorgado, proprietária da Herdade do Pessegueiro, com 380 hectares, em Salvaterra de Magos, onde foram implementadas medidas de poupança de água, como sistemas de abeberamento para os animais, e de aproveitamento de águas pluviais e residuais, com a construção de três charcas para utilização na lavagem do espaço da exploração suinícola.

Com mais de quatro décadas de experiência na criação de porcos, e já com “as narinas adaptadas” aos maus odores de uma exploração suinícola, Vítor Menino, de 65 anos, administrador da Valorgado, abre os portões da herdade para dar a conhecer os investimentos da empresa em “soluções sustentáveis”, nomeadamente para poupança, retenção e reaproveitamento da água, que foram distinguidas com o Prémio Inovação Zoetis na V Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro, que reconheceu os melhores desempenhos das explorações nacionais em 2021.

Dentro da exploração intensiva de suínos em Salvaterra de Magos, onde são produzidos 18.000 porcos por ano, tudo é planeado com rigor, seguindo as normas de bem-estar animal, inclusive na gestação e inseminação, com os partos a serem quase uma rotina diária, sinal de que a produção continua para chegar ao prato do consumidor.

Recentemente, o espaço sofreu alterações nas canalizações e bebedouros para que os animais evitem o desperdício, mas “tendo sempre água suficiente para as suas necessidades”.

No exterior, a empresa construiu três charcas para armazenar a água da chuva, recolhida dos 15.000 metros de área coberta da herdade, “que corresponderão a, sensivelmente, 12 milhões de litros, que caem em cima dos telhados”, e a água residual de escorrimentos do solo envolvente.