“Transparência para o setor funerário”
O presidente da Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL), Carlos Almeida, saúda a iniciativa e considera a plataforma “benéfica para o consumidor”, destacando que permite “disciplinar todos os prestadores de serviços a critérios definidos para que o consumidor possa comparar aquilo que é comparável, consoante os critérios de seleção”.
Ainda assim, o responsável revela que muitos dos empresários “estão céticos” face à inovação e ao novo serviço.
“Eu chamava-lhe o tabu funerário. Há alguns empresários com alguma relutância porque, de facto, o orçamento de um funeral ainda tem muitas variáveis e eles temem que essas variáveis possam afetar, isto é, não ter sido equacionado conforme foi solicitado”, explica à Renascença Carlos Almeida.
O presidente da ANEL sublinha, no entanto, que foram mitigadas “um pouco” todas essas “variáveis”, “não as considerando”, explicando que “essas variáveis ocorrem mais vezes em termos de custos de pagamentos a terceiros, como é à edilidade ou às igrejas”.
“Vou dar-lhe um exemplo. Igrejas em Lisboa podem custar cerca de 500 euros, como podem custar 70 euros. E uma variável desta grandeza pesa no próprio orçamento e não dá credibilidade. Por exemplo, em termos de taxas de cemitério, uma cremação pode custar 150 euros e acabar quase em 500 euros”, exemplifica o responsável.
O cliente é informado sobre estes pormenores, mas tais variáveis não entram no orçamento. A funerária paga esses serviços a terceiros e é ressarcida dos valores.
“Tirando essas variáveis, podemos, com fiabilidade, dizer quanto custa um funeral e o consumidor ter as várias ofertas e de uma forma concreta, porque está a visualizar imagens até da própria urna, dos acabamentos, tem um resumo de todo o serviço, porque o definiu, cabe só aos profissionais aplicarem as suas tabelas que obrigatoriamente têm que ser aplicadas ao público e transpô-las para ali, de uma forma mais visível”, afirma Carlos Almeida.
Em síntese, o representante das empresas lutuosas considera que a via digital, que “está nas nossas vidas de uma forma imprescindível”, é também um caminho de transparência para o setor funerário, destacando a mais-valia de o “consumidor poder comparar e discutir e, pelo menos, ter logo soluções daquilo que procura via ‘online’”.
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