//Empregadas domésticas e a Covid-19. “A limpeza é agora fundamental, mas o medo de ter pessoas em casa é superior”

Empregadas domésticas e a Covid-19. “A limpeza é agora fundamental, mas o medo de ter pessoas em casa é superior”

Para já fiquemos no passado recente. Os clientes residenciais, a quem fornecem os serviços de empregadas domésticas, valem 70% do trabalho da House Clean. “Apesar das nossas medidas de segurança, as pessoas não sentiram confiança suficiente para manter as limpezas. A travagem foi absolutamente a fundo”, reconhece o gestor.

Isso obrigou a empresa a entrar em “lay-off”, mas Cândido olha para o momento que a empresa passa como apenas uma pausa entre o antes e o depois do novo coronavírus. “A nossa expectativa é voltar a empregar estas pessoas rapidamente. Entendemos que isto é uma ponte, apesar de achar que a crise económica que se vai abater é grande.”

O empresário diz que para já a empresa começou a adaptar-se, a começar com alterações drásticas nos sistemas de segurança. “Todas as profissionais trabalham com óculos ou viseira, máscara cirúrgica, luvas e tapa pés. Passámos a usar esses Equipamentos de Proteção Individuais (EPI)”, refere. Também passou a ter comunicação permanente com o cliente residencial, com o envio de pequenos vídeos didáticos.

A isso juntou a tentativa de ir ao encontro do que o mercado pede. Elaborou um sistema de desinfeção em caso de Covid-19 positivo, e passou a fazê-lo em instituições grandes e residências.

“A nossa expectativa é voltar a empregar estas pessoas rapidamente. Entendemos que isto é uma ponte, apesar de achar que a crise económica que se vai abater é grande”

“Desenvolvemos esse serviço. Já tínhamos, no passado, para casos de H1N1, mas a desinfeção para a Covid-19 é outra, nova metodologia e outros produtos. Iniciámos um processo de prospeção a outras empresas. Começámos a fornecer a farmácias, que aumentaram a atividade e passaram a ter outros cuidados de limpeza”, explica Cândido Mesquita, que lidera a rede de várias empresas do grupo.

Por esta razão, e com a queda de muitas pequenas empresas que não aguentaram o impacto inicial da crise, a recuperação começou. Para a próxima semana, a quebra em relação ao pré-pandemia será de 40%, mas Cândido sente que há um ambiente de retoma.

Os nossos clientes, que tinham o conforto de ter alguém que lhes limpava a casa, estão desejosos para que voltemos. Fazem um teste para ver como estamos a trabalhar, e muitos voltam mesmo. Mas também temos clientes novos”, reconhece.

A forma de fazer o trabalho também mudou. Há mais desinfeção. “Não aumentámos o preço, mas as limpezas que não incluiam desinfeção passaram a tê-la em puxadores de portas, interruptores e corrimões. São áreas de que as pessoas se esquecem”, lembra.

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