A B6, empresa de “software” localizada em Matosinhos, foi uma das primeiras, em Portugal, a adotar a redução da semana de trabalho. Desde aí, os funcionários sentem-se “mais motivados e concentrados”
A Renascença foi ao escritório da B6, em Matosinhos, perceber o modo de funcionamento de uma empresa que trabalha apenas quatro dias e meio por semana. A expressão de bem-estar estampada no rosto dos trabalhadores é tão visível, tanto como a do diretor Manuel Padilha.
Na B6, vigora uma semana de trabalho com menos cinco horas do que é habitual no nosso país, ou seja, trabalha-se o total de 35 horas por semana. A diferença é que antes os trabalhadores cumpriam o horário, de segunda a sexta, entre as 9h00 e as 18h00, “com uma hora de almoço mais prolongada”. Desde outubro de 2021, reajustou-se o horário de forma a que fosse mais benéfico para todos.
O diretor, Manuel Padilha, explica que, em outubro do ano passado, quando findou o regime de teletrabalho, em consequência da pandemia, optou-se por “reorganizar e libertar a tarde de sexta-feira em permanência”.
“O regime é este e tem estado a funcionar bastante bem. Percebemos que havia uma oportunidade, não só de mudar para um regime mais híbrido, mas também para não termos um horário tão rígido. Desde sempre que trabalhamos 35 horas, mas, na realidade, não tirávamos partido disso”, admite.
Quanto aos vencimentos, Manuel Padilha explica que nada foi alterado: “Os nossos salários são perfeitamente competitivos face à concorrência que trabalha 40 horas. O trabalho é o mesmo, ou superior, porque eu acho que efetivamente as pessoas estão mais motivadas e mais concentradas.”
“Está tudo melhor desde que começamos a funcionar neste sistema”
Por questões de logística familiar, lazer, idas ao médico ou outros serviços que, muitas vezes, ao fim de semana não estão abertos, a sexta-feira à tarde livre é para os funcionários da B6 uma mais-valia. Admitem estar “satisfeitos” desde que o regime foi implementado, há um ano.
É de sorriso no rosto que Daniel Machado afirma ter sido “um dos grandes entusiastas desta ideia”, assim que foi apresentada. “Trouxe vantagens não só para mim como para a minha família”, conta.
A redução da semana de trabalho foi, também para Rui Silva, “uma ótima medida e chegou no momento certo, por questões familiares”.
Marta Silveira foi contratada em julho e admite que o regime de trabalho da empresa de software, foi “um dos motivos” que a levou a aceitar a proprosta de emprego. “Parece sempre que temos um fim de semana prolongado. Chego cá, à segunda-feira, muito mais descansada, como se a minha cabeça passasse por uma certa limpeza mental, e isso ajuda a que eu inicie a semana com maior concentração e mais produtividade”, reflete.
A B6 foi uma das empresas pioneiras, em Portugal, na redução da semana de trabalho. Funciona de segunda a quinta, das 9h00 às 18h00, e às sextas fecha às 12h00. Os trabalhadores começam o fim de semana mais cedo e durante a semana trabalham num regime “híbrido”, ou seja, uns dias em casa, outros em teletrabalho.
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