//Empresas de vinho do Porto reclamam uma “reforma administrativa” do Douro para “criar mais riqueza”

Empresas de vinho do Porto reclamam uma “reforma administrativa” do Douro para “criar mais riqueza”

O tema é complexo e gera paixões como em quase tudo o que tem a ver com o Douro, a mais antiga regulamentada e demarcada do mundo. A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), entidade que tem como associados 21 empresas comerciais que representam 60% das vendas de vinhos da região, pede uma “reforma administrativa” da região – leia-se a atualização e atualização do Método Moreira da Fonseca -, sem a qual, acredita, o modelo existente é “absolutamente insustentável”. Em causa está a vontade de “criar mais riqueza” para os vários intervenientes na cadeia produtiva, pondo fim aos excedentes crónicos de oferta de uvas.

A questão está no facto de o quadro regulamentar do setor ter sido criado numa altura em que a região produzia essencialmente vinho do Porto e em que a denominação de origem Douro não tinha expressão, “sendo muitas vezes tratada como um subproduto da região”. Mas hoje, os vinhos durienses estão numa trajetória de crescimento sustentado, ao contrário do vinho do Porto que, há 20 anos, vem perdendo terreno. O problema é que, embora ambas as denominações de origem sejam feitas com as mesmas uvas, o vinho do Porto tem a sua produção contingentada, em função das vendas e dos stocks, através do chamado ‘benefício’, enquanto que os vinhos do Douro podem ser produzidos sem qualquer limitação que não a da qualidade – têm de ser certificados como tal – e a da produtividade máxima por hectare das vinhas, estabelecido, por lei, nos 55 hectolitros por hectare.