//Empresas portuguesas são as mais generosas nos dividendos

Empresas portuguesas são as mais generosas nos dividendos

As empresas do PSI20 fazem um maior esforço financeiro para remunerar os acionistas do que as pares europeias. E têm os dividendos mais rentáveis do Velho Continente. Cerca de 68% do lucro conseguido em 2018 está reservado para premiar os investidores; no índice que agrupa as 600 maiores cotadas europeias essa proporção não tende a exceder 60%.

A generosidade portuguesa torna os dividendos do PSI20 os mais rentáveis da Europa, segundo uma análise da Allianz Global Investors. A taxa de rentabilidade é de mais de 5%. A média europeia era de menos de 3,5%. Numa era de juros de 0% nos depósitos e de taxas próximas disso em dívida pública, aqueles valores são um atrativo para os investidores.

Nove das 18 cotadas do PSI20 dão mais de 4% nos dividendos. A taxa de rentabilidade mais alta pertence à Ramada. Esta empresa vai distribuir um dividendo ilíquido de 1,75 euros por ação relativos às contas de 2018, um valor equivalente a 22% da cotação atual das ações. No entanto, uma parte significativa já foi distribuída no final do ano passado.

Ainda assim, a Ramada prevê distribuir 0,60 euros nas próximas semanas, um valor que corresponde a 7,7% da cotação atual (7,72 euros). A título de exemplo, quem investisse 772 euros na empresa, iria receber 60 euros, um retorno antes de impostos de 7,7%.

Entre os dividendos mais elevados estão ainda os da Altri (taxa de retorno de quase 10%), da Sonae Capital (rentabilidade de 8%) e Navigator (cerca de 7%). A REN paga 6,80% do valor atual das ações. NOS e EDP mais de 5% e Sonae e Galp têm retornos acima de 4%.

Caça ao dividendo

Apesar de se estar em plena época de caça aos dividendos, há cuidados a ter para não dar tiros no pé. O primeiro é conferir quando as ações deixam de negociar sem direito à remuneração. Isso ocorre, geralmente, no segundo dia útil anterior à data de pagamento.

A Navigator, por exemplo, começou a transacionar sem direito ao dividendo na passada quinta-feira. Desceu cerca de 5% nessa sessão para fazer esse ajuste. Uma prova de que além de ter o calendário afinado, é preciso analisar se o que se vai ganhar no dividendo não se perde quando houver o ajuste das ações.

“Muitos investidores, levados pela ânsia de um ‘ganho rápido’, compram ações apenas para receberem o dividendo uns dias depois. Problema: na data do ex-dividendo, a cotação da ação sofre uma correção ou ajuste técnico, ou seja, cai num valor idêntico ao do dividendo”, alerta a Deco Proteste.

Quem entrar na caça ao dividendo deve olhar para mais que a taxa de retorno imediata e analisar a qualidade da empresa e o potencial que tem para manter ou fazer crescer os dividendos no longo prazo.

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