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As altas taxas de juro e o aumento dos preços da habitação continuam a pôr travão no mercado de crédito hipotecário. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), o montante total de empréstimos para compra de casa voltou a encolher em junho para 99,5 mil milhões, refletindo um decréscimo de 69,1 milhões de euros face ao mês anterior.
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A taxa de variação anual destes empréstimos também voltou a diminuir em junho, fixando-se nos 0,4%.
Trata-se do sexto mês consecutivo em que o stock de crédito à habitação em Portugal diminui, com as perdas acumuladas desde janeiro a cifrarem-se em 848,7 milhões de euros. E, segundo as conclusões do “Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito”, apresentado ontem pelo supervisor da banca, a tendência de quebra irá manter-se nos próximos tempos.
Aliás, o custo do crédito e a pressão sobre as prestações a pagar ao banco deverão aumentar, com a provável subida da taxa diretora – de 4% para 4,25% -, a ser anunciada na próxima quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).
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Em sentido inverso, os empréstimos ao consumo aumentaram 76 milhões de euros no passado mês, comparativamente com maio, totalizando a carteira 20,8 mil milhões de euros. Em termos anuais, este montante representa um crescimento de 3,8%, uma vez que em junho de 2022 as famílias tinham em dívida 20,2 mil milhões.
Crédito a empresas sobe pela primeira vez no ano
Junho veio inverter a tendência decrescente de há oito meses, com os empréstimos concedidos pelos bancos às empresas a aumentarem 288,8 milhões de euros comparativamente com maio.
Conforme mostram os dados do BdP, a carteira de crédito às empresas ascendeu a 74,2 mil milhões de euros no mês passado, o que significa que, apesar do aumento mensal – o primeiro observado em 2023 -, o montante total de empréstimos decresceu 2,6% face ao período homólogo, altura em que se somavam 76,9 mil milhões de euros.
A redução dos empréstimos foi mais expressiva nas empresas com atividade nos setores da eletricidade, gás e água, do alojamento e restauração e das indústrias transformadoras. Já os setores das atividades imobiliárias e do comércio aumentaram os empréstimos em relação ao período homólogo.
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