A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou uma descida dos preços da energia elétrica a partir deste sábado, 1 de julho, mas isso não significa obrigatoriamente que os consumidores paguem menos.
“Pode haver aqui, de facto, uma falsa expectativa”, alerta Pedro Silva, especialista em energia da Deco Proteste, à Renascença.
O analista de mercado explica que o custo do acesso à rede vai subir e isso reflete-se na conta final, por isso, mesmo que haja uma descida na tarifa pode não ser suficiente para compensar.
“Se anteriormente o preço do comercializador era de 20 cêntimos e eram descontados nove, quer dizer que o consumidor pagava 11 cêntiomos na sua fatura. Se este novo preço é de 16 e depois descontam um da tarifa de acesso, quer dizer que o consumidor vai passar a pagar 15 cêntimos. Isto vai-se traduzir no aumento quatro cêntimos por cada quilowatt consumido”, diz.
De acordo com Pedro Silva, uma fatura média portuguesa é de 150 quilowatt hora, o que significa um “aumento de cerca de seis euros ou mais na fatura mensal”.
Compensa trocar para o mercado regulado?
Esta alteração não afeta os 969 clientes do mercado regulado, que representam 6,7% do consumo total.
Para os clientes do mercado livre, Pedro Silva deixa um conselho aos consumidores: “olhem com atenção para a fatura de julho”, onde já se vai refletir esta mudança de preços.
“No final de cada fatura aparece o valor em termos de consumo de quilowatts de energia e quanto é que pagaria se estivesse no mercado regulado”, explica.
“Portanto, se pagasse menos no mercado regulado é um sinal óbvio que deve mudar de tarifário rapidamente, porque não é vantajoso”, reitera o analista.
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