Pelo menos uma baixa definitiva está confirmada no Conselho Consultivo do Banco de Portugal. O antigo coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, confirmou ontem que pediu para sair e não está disponível para ser reconduzido como membro daquele órgão que emite pareceres, sem caráter vinculativo.
Louçã foi nomeado para o cargo, junto com os restantes três membros do Conselho do Consultivo, em fevereiro de 2017. O economista disse à TSF que não está disponível para se manter no cargo. E confirmou a notícia desta quinta-feira, do “Público”, segundo a qual os quatro membros do Conselho Consultivo – João Talone, Francisco Murteira Nabo e Luís Nazaré – pediram ao ministro das Finanças, João Leão, para sair.
O seu mandato já teria terminado em março deste ano, mas os quatro membros poderiam ser reconduzidos para um novo mandato.
“Entendo que devo sair por uma questão de rigor e independência”, disse Francisco Louça, citado pela TSF. “O facto de ter sido indicado pelo ministro das Finanças [Mário Centeno] e haver agora outro novo ministro, determina que o novo ministro deva indicar quem entenda”, adiantou.
Luís Nazaré confirmou ao Dinheiro Vivo que colocou o seu lugar à disposição, tal como já tinha indicado ao “Público”. Mas escusou-se a clarificar se está disponível para exercer um novo mandato.
Contactado, o Ministério das Finanças escusou-se a comentar este caso ou se o ministro poderá em breve propor outros nomes para ocupar aquelas funções. Os nomes tinham sido propostos por Centeno e aprovados em reunião de Conselho de Ministros no dia 23 de fevereiro de 2017.
Além destes nomes, Centeno nomeou três membros do conselho de auditoria do supervisor bancário cuja missão é controlar o trabalho do governador, noticiou o mesmo jornal a 17 de junho. O órgão integra os membros nomeados por Centeno: Nuno Fernandes, como presidente, Óscar Figueiredo e Margarida Vieira Abreu.
Apesar das críticas sobre a existência de eventuais conflitos de interesse nestas nomeações, agora que Centeno será governador, o ex-ministro afastou a existência de problemas. “Sinto-me qualificado, motivado e apoiado nestas funções”, afirmou na quarta-feira em audição no Parlamento, no âmbito da proposta do governo para que ocupe o cargo de governador.
Mário Centeno irá substituir Carlos Costa, que cumpriu uma década à frente do supervisor, e cujo mandato findou no dia 8 de julho.
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