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A entrada de investimento direto externo em Portugal caiu no último ano 48%, de acordo com dados publicados nesta segunda-feira pela Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD).
Nos dados do relatório anual sobre investimento da organização, os fluxos anuais de entrada direta de capital no país desceram de um valor de 12 084 milhões de dólares – equivalente a mais de dez mil milhões de dólares ao câmbio atual – registado em 2019 para sensivelmente metade: 6 324 milhões de dólares (5 320 milhões de euros).
O stock de capital investido no país atingiu em 2020 um valor nos 161 640 milhões de dólares (seriam 135 983 milhões de euros, na conversão de hoje).
Já a saída de capitais de Portugal foi diminuída em 32%, passando de 3 344 milhões de dólares (2 813 milhões de euros) em 2019 para 2 288 milhões de dólares (1 925 milhões de euros) em 2020.
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A quebra de 48% na entrada de capital externo em Portugal compara com um recuo de 80% na Europa, e de 35% em termos mundiais (para 1,5 biliões de dólares), com a crise pandémica e confinamentos decretados em todo o mundo a porem em pausa projetos de investimento e a levarem também as multinacionais a reavaliarem os planos que tinham.
O impacto foi sobretudo severo para os países desenvolvidos, de acordo com o relatório da UNCTAD, que indica que a redução do investimento nos países em desenvolvimento não foi além dos 8%. Nas economias mais avançadas, a quebra foi de 58%. A Europa foi a região mais penalizada.
As previsões da agência das Nações Unidas apontam para que a inversão nas quedas do investimento internacional ocorra ainda neste ano, com a possibilidade de crescimentos moderados, de entre 10% a 15%, mas insuficientes para garantir uma recuperação para os níveis de 2019. Os fluxos de investimento deverão manter-se 25% abaixo dos que se registaram no ano anterior à pandemia.
Para a Europa, a UNCTAD prevê um crescimento que poderá ir até aos 20%.
Mas as perspetivas permanecem “altamente incertas”, indica o documento da UNCTAD, assinalando que o aumento da despesa em investimento esperado na fase de recuperação não se traduzirá numa recuperação rápida do investimento direto externo, perante um cenário de fracos anúncios de investimentos de raiz.
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