As famílias portuguesas contam este ano com quase 400 euros em média para as compras de Natal, mais nove euros em relação ao ano passado, com o dinheiro a ser distribuído por prendas, refeições, eventos e viagens. Ainda assim, o orçamento continua muito abaixo da média europeia.
Em média, cada agregado deverá gastar 387 euros, com os presentes a consumirem a maior fatia do orçamento (41%), tal como em 2018, seguidos da alimentação.
Excluindo as viagens, o orçamento cai para os 306 euros, segundo um Estudo de Natal 2019 da consultora Deloitte. Ou seja, não só não aumenta como fica oito euros abaixo da despesa realizada no ano passado.
Portugal continua a apresentar-se como um dos mais países mais otimista; apenas 26% dos portugueses consideram que a situação económica do país é negativa, contra 83% em 2012, no pico da crise económica e financeira. De entre os oito países em análise, Portugal é o que regista um índice de confiança económica mais elevado, com 72% dos inquiridos a considerar que a economia nacional é estável ou está em crescimento.
Ainda assim, o orçamento para o Natal é menos de metade do que estava a ser gasto antes da crise, o que para a consultora afasta um regresso aos níveis de despesa de 2008/2009.
O orçamento de Natal das famílias portuguesas está ainda longe da média europeia, que este ano se fixa nos 461 euros, o equivalente a mais 74 euros que o expectável para o mercado português, aponta a consultora.
Portugueses evitam deixar compras para os últimos dias
É quase uma tradição nacional adiar as coisas até ao limite. Contudo, a primeira quinzena de dezembro é apontada como o período preferido dos portugueses para fazerem as suas compras de Natal, seguindo a tendência europeia (27%). Apenas 17% dos inquiridos admite deixar as compras para a semana antes do Natal. Um quarto dos consumidores começa a escolher os presentes logo no início de novembro.
Com os super descontos da “Black Friday”, aumentam também os que antecipam as compras para o final de novembro, mas estas promoções ainda não têm um grande impacto no Natal europeu. Tanto em Portugal como na Europa, não chega a 7 em cada 10 o número de consumidores que admitem realizar algumas compras na “Black Friday”. Em Portugal, apenas 10% gasta mais de metade do orçamento de Natal nestas promoções.
Chocolates, perfumes, roupa e livros encabeçam os “tops”
Seis em cada 10 entrevistados referem os chocolates como a prenda ideal para este Natal, uma preferência partilhada por homens e mulheres. No caso masculino, o top 3 de presentes é completado por roupas e livros, respetivamente, enquanto as portuguesas colocam a cosmética/perfumes no segundo lugar e os livros na terceira posição.
Já a nível europeu, os livros surgem em primeiro lugar, seguidos de dinheiro.
Para os mais pequenos, os jogos com modelos de construção são os favoritos, enquanto os adolescentes preferem livros.
No Natal os portugueses preferem os centros comerciais
Nem internet, nem hipermercados. Apesar de o comércio online estar a aumentar, a maioria dos consumidores nacionais continua a preferir as lojas físicas na altura de fazer as compras de natal, sobretudo os centros comerciais (67%). As principais razões apontadas são o serviço personalizado de atendimento, as políticas de devolução e uma maior confiança nos meios de pagamento utilizados.
Dos 387 euros que as famílias portuguesas deverão gastar este ano, apenas 95€ deverão corresponder a compras pela internet, o equivalente a um quarto da despesa total.
Esta tendência não é acompanhada pela maioria dos países europeus que, com exceção de Espanha, preferem os super e hipermercados e as lojas da especialidade para comprarem os seus presentes de Natal.
O impacto do Orçamento do Estado nas compras de Natal
Este ano, o Governo apresenta o Orçamento do Estado para 2020 a meio de dezembro. Isto significa que em plena quadra festiva o país ainda estará a discutir os aumentos, a fiscalidade e outras medidas que vão determinar os rendimentos das famílias no próximo ano.
Neste contexto, a maioria dos inquiridos (44%) refere que o OE2020 terá um impacto moderado nos gastos deste Natal, com 17% a admitir mesmo que terá bastante influência nas decisões de compra. Apenas 6% considera que as decisões do Governo não terão impacto nas despesas com este Natal.
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