//Esforço dos contribuintes com a banca voltou a disparar em 2020

Esforço dos contribuintes com a banca voltou a disparar em 2020

O esforço dos contribuintes com o setor bancário voltou a subir em 2020, ano de pandemia e de grave crise económica. O custo final para as contas públicas superou os 1,7 mil milhões de euros e a taxa de esforço (medida face à dimensão da economia) voltou a subir, o que já não acontecia desde 2017, ano da capitalização da CGD.

Ou seja, quase 15% do défice total final do ano passado deve-se a este tipo de apoios à banca, onde relevam essencialmente dois: mais uma ajuda ao Novo Banco na ordem dos mil milhões de euros e o pagamento de 600 milhões de euros em juros por conta dos apoios já concedidos, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE), na notificação sobre o procedimento dos défices excessivos enviada ao Eurostat.

No mesmo documento, o INE revelou que o défice público final de 2020 (em contabilidade nacional, a lógica dos compromissos) ficou nos 5,7% do PIB, uma marca que ficou bastante abaixo das várias previsões que o governo foi fazendo ao longo do ano.

No Orçamento do Estado (OE) suplementar a meta era de 6,3%, depois na discussão parlamentar, o PSD e outros partidos da oposição conseguiram aprovar alterações à lei que, segundo o ministro das Finanças, acabariam por elevar esse défice para 7%. No OE2021, feito em outubro, a projeção para o défice de 2020 já ia em 7,3%.

Mas afinal, disse ontem João Leão, a economia “aguentou melhor” a crise pandémica do que o esperado e o défice acabou por ser mais pequeno. “As estimativas orçamentais não se revelaram tão negativas como inicialmente previsto”, sobretudo porque o mercado de trabalho se comportou menos mal, referiu o governante.

Poupou-se nos apoios a famílias e empresas face ao que era inicialmente estimado, por exemplo.