A Cepsa decidiu adiar a entrada na bolsa espanhola três dias antes da estreia, marcada para 18 de outubro, avança o espanhol CincoDías. A petrolífera tinha anunciado a entrada no início de outubro, com uma avaliação de oito mil milhões de euros. Em causa estão “os eventos económicos internacionais mais recentes”, justificou a acionista saudita Mubadala.
O acionista Mubadala que controla 100% da empresa desde 2011, acredita que o panorama internacional acabou por “semear incerteza”, e decidiu por isso “retirar a oferta para venda”, de acordo com o documento enviado à comissão de valores mobiliários de Espanha (CNVM).
A empresa espanhola, propriedade da Mubadala Investment, um dos fundos soberanos do emirado árabe de Abu Dabi, acabou por não encontrar um investidor e avançou para uma Oferta Pública de venda (OPV). A petrolífera esperava concluir a colocação de 25% do capital a um preço entre 13,10 e 15,10 euros por ação, o que colocava a valorização da empresa em valores entre 7.010 e 8.000 milhões.
Apesar desta decisão, o principal acionista da petrolífera espanhola quer “continuar a ser um investidor a longo prazo”, reforçando “o valor da Cepsa Mubadala e a força do Plano Estratégico 2030 para a sua posição de liderança destacada no potencial de mercado e crescimento.”
A pressão sobre as companhias elétricas em Espanha, a situação do défice italiano que tem feito afundar a bolsa, e a incerteza do Brexit, foram outros dos motivos que pesaram na decisão da Cepsa, refere o mesmo jornal. Além disso, acrescem a revisão em baixa do crescimento da economia por parte doFMI, e a tensão que paira Saudita pelo desaparecimento do jornalista saudita do jornal Washington Post, que tem motivado fortes críticas por parte do presidente norte-americano Donald Trump.
As previsões de distribuição de dividendos da Cepsa eram um dos pontos a favor para os investidores. Para 2019, previam-se 450 milhões em dividendos; 475 milhões em 2020, alcançando os 500 milhões de euros em 2021.
A agitação na bolsa tem afetado outras empresas, entre elas a Sonae, que anunciou a semana passada a suspensão da Oferta Pública de Venda (OPV) alegando as mesmas “condições adversas nos mercados internacionais”. A Cepsa seria a segunda empresa petrolífera a ser cotada na Bolsa Espanhola, depois da Repsol.
Deixe um comentário