Há contribuintes espanhóis preocupados com a política fiscal do novo Governo de esquerda. Associação Espanhola dos Consultores Fiscais fala em “aumento assinalável” de pedidos de esclarecimento.
A Associação Espanhola dos Consultores Fiscais (AEDAF) detetou um “aumento assinalável” de pedidos de esclarecimento sobre uma eventual transferência de património para Portugal de contribuintes espanhóis preocupados com a política fiscal do novo Governo espanhol de esquerda.
“Estamos a receber nos últimos meses um aumento assinalável de consultas de contribuintes espanhóis muito preocupados com a alteração das medidas fiscais” que pode ser aprovada em breve, disse hoje à agência Lusa a presidente da AEDAF.
Para Stella Raventós, apesar de a coligação governamental entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda) “ainda não ter concretizado” as medidas que vai tomar, muitos residentes com um “património importante” estão a avaliar uma eventual ida para Portugal.
Trata-se, na sua grande maioria, de pessoas que já não trabalham, mas receiam um aumento dos impostos sobre o rendimento, património, heranças e doações.
O Governo espanhol, que tomou posse em meados de janeiro, já indicou que pretende aprovar o Orçamento para 2020 “até ao verão”, onde se prevê um agravamento dos impostos.
“Muitos contribuintes espanhóis avaliam se devem mudar-se fisicamente para Portugal, levando os seus patrimónios para um país com um regime atrativo para os não residentes”, afirmou Stella Raventós.
A presidente da AEDAF avançou que são fatores “muito importantes” o facto de ser “um país vizinho, de pessoas amáveis, não havendo um problema de língua para os espanhóis”.
Raventós acrescentou que também há cidadãos do Reino Unido que, com a saída do país da União Europeia, estão a fazer consultas sobre a sua ida para Portugal.
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