Bruxelas espera que não seja necessária uma poupança obrigatória de gás. Em entrevista ao Diário de Notícias, a presidente da Comissão Europeia alerta para a necessidade dos 27 fazerem uma poupança voluntária para garantir a segurança energética no inverno.
“Só no caso de um corte total do gás russo e de uma grave deterioração da situação é que a meta se tornaria vinculativa, com base numa decisão conjunta dos Estados-Membros”, adverte.
“Estou convencida de que o espírito de unidade e solidariedade que nos ajudou a enfrentar a pandemia é o mesmo que nos permitirá superar estas dificuldades”, afirmou.
Destaca a importância do acordo fechado há menos de uma semana, a partir do qual cada Estado-membro se propõe a alcançar 15% de poupança no consumo de gás natural, considerando que “trata-se de um passo decisivo” para fazer face “à ameaça de Putin de um corte total no fornecimento de gás”
“A Rússia cortou deliberadamente o abastecimento, parcial ou totalmente, a 12 Estados-membros”, afirma a presidente da Comissão Europeia, considerando que a União Europeia, no seu conjunto, “tem se preparar para mais perturbações, ou mesmo para um corte total do aprovisionamento de gás russo”.
Von der Leyen afirma que, no âmbito da “diversificação dos aprovisionamentos”, a União Europeia está a virar-se para parceiros energéticos mais fiáveis. “Já temos níveis recorde de entregas de gás natural liquefeito (GNL) proveniente dos EUA. E estamos a receber cada vez mais gás da Noruega, dos Estados do Golfo, da Argélia ou do mar Cáspio. É crescente o número de países que, em todo o mundo, intensifica a respetiva produção. E os resultados são visíveis”, afirma.
Reconhece os “esforços de Portugal e Espanha” para entregar gás à União europeia e destaca o papel do porto de Sines no esforço de aumento de capacidade de remessas de GNL.
“Sabemos que Portugal está a trabalhar no aumento da sua capacidade de transbordo de remessas de GNL, através do porto de águas profundas de Sines, para outros Estados-Membros, a fim de os ajudar a garantir um aprovisionamento suficiente de gás e, ao mesmo tempo, contribuir para os esforços de poupança de eletricidade e gás à escala da UE. Isto seria verdadeiramente a solidariedade europeia em ação”, afirma.
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