Desde que foi aprovada a transferência para o Estado dos fundos de pensões da banca, em 2011, 54,6% do montante já foi utilizado, a um ritmo de aproximadamente 500 milhões de euros por ano, avança o jornal Público, esta quarta-feira.

Na altura, o Estado assumiu a responsabilidade de passar a pagar as pensões de 27 mil bancários já aposentados. Em troca, recebeu 5971 milhões de euros. Esse valor permitiu que o défice de 2011 cumprisse as metas da troika.

Contudo, a partir desse momento, o Estado passou a ser responsável pelo pagamento destas pensões, através de transferências regulares das Finanças para a Segurança Social, o que tem vindo a ter um peso de 500 milhões de euros de euros, de acordo com os dados recolhidos pelo mesmo jornal. Entre janeiro de 2012 e agosto de 2018, o Estado já pagou a estes pensionistas 3250 milhões de euros, o equivalente a 54,6% da verba recebida dos bancos em 2011.

O que aconteceu foi que o montante recebido na altura não foi colocado numa reserva especial, que senso rentabilizada através de investimento, servisse apenas para o pagamento das pensões. Os 5971 milhões foram absorvidos pelo orçamento e usados para vários objetivos.

“Se se gastou mais de metade do valor em menos de sete anos, então teríamos de estar perante uma esperança média de vida do universo dos pensionistas de pouco mais de 12 anos. Surpreender-me-ia muito se isso acontecesse”, afirma Jorge Bravo, professor da Universidade de Évora, especialista em questões relacionadas com o Sistema de Segurança Social, ao Público.

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