//“Estamos a ser sufocados”. Transportadores de mercadorias admitem protesto nunca visto

“Estamos a ser sufocados”. Transportadores de mercadorias admitem protesto nunca visto

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) alerta que, se o Governo não tomar medidas, o setor pode assistir nos próximos tempos a protestos nunca vistos.

Perante a escalada do preço dos combustíveis, a maior associação do setor já fala em protestos bem visíveis. A Antram sempre foi mais tolerante em todas as crises do setor, mas desta vez admite que não há outra forma de chamar a atenção do Governo.

Podem estar em cima da mesa formas de protesto mais duras, nomeadamente paralisações, afirma o presidente da Antram, Pedro Polónio, em declarações à Renascença.

“Até agora, a Antram teve sempre uma postura da maior contenção possível, mas aquilo que sentimos nos nossos associados não é saudável e aponta, como nunca senti na minha experiência pessoal, para esse tipo de medidas”, sublinha o dirigente.

Questionado até quando admite o setor dos transportes de mercadorias esperar por uma resposta do Governo, Pedro Polónio responde: “temos que atuar no imediato, nestes dias”.

A Antram diz que o executivo tem vindo a fazer ouvidos moucos aos apelos do setor e há medidas que têm de ser postas em prática imediatamente.

Preços dos combustíveis em alta devido a especulação e guerra

Pedro Polónio pede o regresso do combustível profissional e o pagamento dos apoios prometidos já há mais de três meses.

“Essa redução do ISP tem que ser rapidamente substituída pelo IVA, para que o gasóleo profissional seja reposto aos transportadores. Caso assim não possa ser feito, tem que ser instituído um mecanismo de reposição de gasóleo profissional aos transportadoras, o mais rápido possível, sem prejuízo de outras ajudas”

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias diz que o setor está no limite e promete fazer protestos com uma dimensão nunca antes vista.

Márcio Lopes é um exemplo de um empresário dos transportes de mercadorias em grandes dificuldades.

Com 15 camiões na estrada e quase 20 funcionários, este empresário teme ter que despedir ou até parar.

Em declarações à Renascença, Márcio Lopes fez as contas e diz que só com o combustível gasta mais 42% este ano, do que no ano passado na mesma altura.

“De há um mês e meio para cá, nós estamos a ser sufocados porque o Governo tirou os 14 cêntimos que nós tínhamos. Tenho receio que parem todas as frotas. Vou tentar aguentar o máximo que possa, mas não está fácil”, alerta o empresário.

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