As taxas de depósito negativas cobradas pelos bancos centrais às instituições financeiras para que estas emprestassem mais dinheiro à economia teve o efeito contrário, revela estudo da Universidade de Bath
Uma das medidas tomadas por muitos bancos centrais para estimular a economia durante a crise financeira internacional, incluindo o Banco Central Europeu (BCE), foi descer a taxa de depósito cobrada aos bancos para valores negativos. Ou seja, as instituições financeiras tiveram de começar a pagar para ter o dinheiro parado no banco central. O objetivo era obrigá-las a emprestar mais dinheiro a empresas e particulares.
Um estudo da Universidade de Bath, no entanto, conclui que esta medida dos bancos centrais foi contraproducente, tendo o resultado acabado por ser precisamente o oposto do pretendido. Segundo o estudo, o custo adicional reduziu as margens dos bancos e a consequência foi uma desaceleração dos empréstimos.
“Este é um bom exemplo de consequências não intencionais”, disse um dos autores do estudo, Ru Xie, citado pela Bloomberg. “A política de taxas de juro negativas contra-atacou, especialmente num ambiente em que os bancos lutam pela rentabilidade”, acrescenta o académico da escola de Gestão daquela universidade britânica.
O primeiro a fazê-lo, explica a Bloomberg, foi o banco central da Suécia, em 2009. Seguiram-se os reguladores financeiros do Japão, Suíça, Dinamarca e o Banco Central Europeu.
O estudo conclui ainda que as taxas negativas também parecem ter retirado eficácia a outras medidas não convencionais dos bancos centrais durante a crise, como os programas de compra de ativos (quantitive easing).
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