//Excedente financeiro dos particulares face ao PIB mais que duplica num ano

Excedente financeiro dos particulares face ao PIB mais que duplica num ano

Numa nova série do BdP que mostra a interligação financeira entre os vários setores da economia (sociedades financeiras, não financeiras, particulares, administrações públicas e outros países), é visível que o excedente financeiro dos particulares passou de 1,5% do PIB em junho de 2019 para 4,02% do PIB no mesmo mês de 2020 (contando sempre os últimos doze meses).

No mesmo período, é também visível que o financiamento líquido dos particulares às sociedades financeiras (geralmente bancos) aumentou (de 2,4% do PIB para 4,53%), sendo que diminuiu o peso no PIB do excedente dessas sociedades (2,42% em junho de 2019 para 1,93% no mesmo mês de 2020).

Segundo informação disponível no ‘site’ do Banco de Portugal, o financiamento líquido dos particulares aos bancos pode ser “resultado de um aumento dos depósitos dos particulares”, de uma “redução dos empréstimos concedidos pelas sociedades financeiras aos particulares” ou ainda “de um aumento dos depósitos superior ao aumento verificado nos empréstimos dos particulares”.

A componente financeira das estatísticas divulgadas pelo Banco de Portugal versa sobre transações e patrimónios dos diferentes setores, e não inclui a não financeira, que é tratada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Tipicamente, os instrumentos financeiros das empresas são numerário e depósitos, empréstimos, ações e outras participações, e os dos particulares incluem também regimes de seguros e pensões.

Entre os doze meses terminados no final de junho de 2019 e os doze meses terminados em junho deste ano, apesar de ter aumentado o financiamento líquido dos particulares às empresas (sociedades não financeiras), estas acabaram por agravar a sua necessidade de financiamento (défice), passando de -3,11% do PIB para -3,34% do PIB.