Não é viável a exploração de lítio em Portugal, afirma o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude, Óscar Afonso, em declarações à Renascença.
“A evolução dos preços, com a dimensão das reservas e com os custos fixos e variáveis associados ao projeto, não consigo perceber como é que pode ser viável”, defende o professor da Faculdade de Economia do Porto.
As reservas de lítio em Portugal são “insignificantes”, diz Óscar Afonso, que prevê o abandono precoce das explorações.
Só num contexto extremo, em que acabem as reservas mundiais, é que o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude admite a aposta numa exploração, por exemplo, em Montalegre.
Óscar Afonso considera que a eventual utilização de fundos comunitários para a instalação em Portugal de uma refinaria de lítio pode ser entendida como uma fraude.
“Se eu achar que as pessoas sabem que aquilo não é rentável e mesmo assim avançam, porque o objetivo é aceder a fundos comunitários, que compensam isso e, portanto, não se importam, isso é uma coisa fraudulenta em relação às pessoas que lá vivem e em relação ao resto da Europa. Se eu acreditar que as pessoas sabem isso e, mesmo assim, querem avançar: é uma fraude”, conclui o presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude.
Contactado pela Renascença, o Ministério do Ambiente não se mostrou disponível para esclarecer estas dúvidas sobre a exploração de lítio em Portugal.
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