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Portugal exportou, no primeiro trimestre, 73,6 milhões de litros de vinho no valor de 210,1 milhões de euros, o que representa uma quebra de 3,28% e de 0,95%, respetivamente. Já o preço médio cresceu 2,41% para 2,85 euros por litro. “Não são as melhores notícias, mas já se antecipava que o primeiro trimestre seria complicado. Neste momento, tudo indica que o primeiro semestre vai ser mau para a economia mundial e só depois haverá uma inversão”, explica o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão.
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De entre os dez maiores destinos dos vinhos nacionais, só o Brasil, Angola e Países Baixos estão a crescer em termos homólogos, com aumentos de 4,8%, 31% e 7,1%, respetivamente. Em contrapartida, os Estados Unidos e a França, os dois principais compradores de vinhos portugueses, estão ambos a cair.
Portugal exportou, nos primeiros três meses do ano, 5,8 milhões de euros no valor de 25 milhões de euros para os EUA, o que representa uma quebra de 7,13% em volume e de 0,98% em valor. O preço médio está, no entanto, a subir 6,62% para 4,29 euros o litro. Em França isto é ainda mais acentuado: o preço médio está a crescer 12% para 2,99 euros o litro, em resultados da quebra de 15% em volume e de apenas 4,92% em valor, num total de oito milhões de litros e de 23,9 milhões de euros.
Destaque, ainda, para a quebra no Reino Unido e no Canadá, dois mercados de grande relevância para os vinhos portugueses. Para o Reino Unido foram vendidos 4,4 milhões de litros no valor de 14,1 milhões de euros, menos 7% e 2,6%, respetivamente. O preço médio cresceu 4,7% para 3,24 euros o litro. Para o Canadá 3,2 milhões de litros no valor de 12,2 milhões de euros, o que representas quedas de 16,8% em quantidade e 16,5% em valor. O preço médio foi de 3,83 euros o litro, um crescimento de 0,36%.
Só nestes quatro mercados foram vendidos menos 4,3 milhões de euros comparativamente ao primeiro trimestre do ano passado, dos quais 2,4 milhões a menos no Canadá.
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Do lado das subidas, as exportações para o Brasil cresceram 4,8% em valor, apesar de uma redução em volume de 4,1%, o que fez subir o preço médio em 9,2%. O mercado comprou 4,7 milhões de litros no valor de 15,095 milhões de euros, pagando um preço médio por litro de 3,21 euros.
Em termos de denominações de origem, o mais exportado dos vinhos nacionais, o vinho do Porto, está a cair 8,1% neste arranque de ano, para 62,3 milhões de euros, menos 5,5 milhões do que no período homólogo. O que significa que, retirado o efeito vinho do Porto nos dados totais, as exportações cresceram 2,4% para 147,9 milhões de euros.
O Vinho Verde cresce 0,3% o do Alentejo sobe 2,83% e Lisboa 3,48%. Os vinhos do Dão, Setúbal e Tejo estão a crescer 16,68%, 32,32% e 5,68%, respetivamente.
Em sentido contrário, o Douro perde 10,53%, Madeira cai 1,19% e Bairrada, Beiras e Beira Interior têm quebras a dois dígitos: 32,34%, 10,89% e 36,72%, respetivamente.
“As exportações totais não estão a correr muito bem, continuamos aqui com uma influência menos positiva do vinho do Porto, porque as exportações sem porto já crescem a números relativamente simpáticos”, destaca o presidente da ViniPortugal. Sem vinho do Porto, as exportações para os EUA sobem quase 4%, para 17,4 milhões de euros, e para o Brasil aumentam 7,5%, para 14,7 milhões de euros. Uma boa notícia, admite Frederico Falcão. “O Brasil é um mercado importante para nós, tem vindo a cair, já estávamos com alguma esperança que invertesse essa tendência e começasse a crescer e, de facto, isso está a acontecer”, frisa.
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