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Apesar da pandemia, Portugal exportou, em 2020, vinho no valor de 846 milhões de euros, o valor mais alto de sempre no setor. Comparativamente ao ano anterior, as vendas ao exterior cresceram, em termos globais, 3,2%, o que corresponde a mais 27 milhões de euros do que em 2019.
O crescimento de 25,5% das exportações para países terceiros foi a grande alavanca do setor vitivinícola nacional, já que as vendas para a União Europeia caíram 14,6% e ficaram-se pelos 388,6 milhões de euros. Os mercados extra-comunitários valeram, o ano passado, 457,4 milhões de euros.
Em termos de volume, o crescimento foi, ainda, mais significativo: 5,3% no acumulado do ano, num total de 3,1 milhões de hectolitros. O que significa que as empresas portuguesas venderam mais vinho, mas venderam-no unitariamente mais barato. E, por isso, o preço médio por litro caiu 1,9% e está agora nos 2,71 euros, seis cêntimos a menos por litro do que em 2019, mas ao mesmo valor médio que foi praticado em 2018.
Os vinhos licorosos, e em especial o vinho do Porto e o vinho Madeira, foram duramente castigados. Aliás, só as exportações de licorosos é que caíram em relação ao ano anterior. O vinho Madeiro perdeu 19,9% em volume e 22,4% em valor, exportando 21.673 hectolitros no valor de 12,9 milhões de euros. Foram quase 4 milhões de euros a menos. Já o vinho do Porto, o grande ‘peso pesado’ das exportações nacionais de vinho, caiu 1,2% em volume e 4,4% em valor, num total de 609.505 hectolitros no valor de 297,6 milhões de euros. O preço médio do vinho do Porto situou-se nos 4,88 euros o litro, menos 3,2% do que no ano anterior. Quebra percentual idêntica foi a verificada no Madeira, que se ficou pelos 5,96 euros o litro.
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Os restantes vinhos com denominação de origem (DO) cresceram 11,8% em volume e 7,4% em valor, para 207,5 milhões de euros correspondentes a 677.725 hectolitros exportados. Já as exportações de vinhos com indicação geográfica (IG) aumentaram 13,7% em quantidade (624.034 hectolitros) e 11,6% em valor (154,1 milhões de euros). O preço médio dos DO caiu 3,9% e dos IG perdeu 1,8%.
Mas são os vinhos mais baratos os que estão a ser mais comprados. O vinho sem Do e sem IG, o chamado vinho de mesa, cresceu 1m6% em volume e 9,7% em valor. Foram 1,119 milhões de hectolitros vendidos por 153,5 milhões de euros. O preço médio subiu 8% para 1,37 euros o litro, um aumento de 10 cêntimos.
Quanto a mercados, destaque para as quebras já esperadas em França, na Alemanha e em Angola. Curiosamente, na Alemanha a quebra em volume foi de 17,2%, mas em valor foi, apenas, de 1,5%. Significa isto que os alemães compraram menos, mas vinhos mais caros. O preço médio de exportação para a Alemanha subiu 18,9% para 2,50 euros o litro. São 40 cêntimos a mais, do que no ano anterior.
Do lado das subidas, destaque para o crescimento das exportações para o mercado norte-americano, que comprou 257.458 hectolitros de vinho português (+ 13,5%) por 92,2 milhões de euros (+3,1%). Seguem-se o Reino Unido e o Brasil, mercados que cresceram ambos a dois dígitos. As exportações para o mercado britânico totalizaram 90,3 milhões de euros e 67,9 milhões para o Brasil. São quase 13 milhões de euros a mais para cada um destes países.
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