As exportações e as importações de bens aumentaram 10,3% e 17,5% em setembro, respetivamente, em termos homólogos, de acordo com as Estatísticas do Comércio Internacional de setembro, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta terça-feira.
“Em setembro de 2021, as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de +10,3% e +17,5%, respetivamente (+16,9% e +21,9%, pela mesma ordem, em agosto de 2021)”, concluiu o INE.
Numa comparação com setembro de 2019, as exportações e importações aumentaram 10,8% e 7,8%, pela mesma ordem.
Quando excluídos combustíveis e lubrificantes, os aumentos homólogos foram de 7,8% e 10,2%, respetivamente (+13,1% e +16,3%, pela mesma ordem, em agosto de 2021).
Destacam-se os acréscimos nas exportações e importações de fornecimentos industriais (+28,1% e +33,7%, respetivamente; +25,0% e +31,3% face a setembro de 2019) e nas importações de combustíveis e lubrificantes (+102,1%; +21,3% em relação a setembro de 2019).
O INE apontou que estes resultados reveem em mais 0,1 e 0,2 pontos percentuais as taxas de variação homóloga das exportações e das importações, respetivamente, apresentadas na estimativa rápida trimestral, refletindo a inclusão de nova informação.
De acordo com a autoridade estatística, o défice da balança comercial de bens aumentou 559 milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado, atingindo 1.719 milhões de euros em setembro de 2021, mas diminuiu 13 milhões de euros em relação a setembro de 2019.
Excluindo combustíveis e lubrificantes, o défice da balança comercial atingiu 1.061 milhões de euros.
Numa análise trimestral, as exportações de bens aumentaram 12,4% e as importações cresceram 20,2%, de julho a setembro, em relação ao mesmo período de 2020 (+16,2% e +24,5%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em agosto de 2021).
Comparando com o terceiro trimestre de 2019, as exportações e as importações aumentaram 9,0% e 5,4%, respetivamente.
Já no período acumulado de janeiro a setembro de 2021, relativamente ao mesmo período de 2019, verificou-se um aumento de 4,8% nas exportações (+20,1% face ao mesmo período de 2020) e uma diminuição de 1,5% nas importações (+18,1% face a 2020).
Destacam-se, nos primeiros nove meses do ano, os acréscimos de fornecimentos industriais (+9,4%, +26,3% em relação a 2020 nas exportações; +16,4%, +32,4% em relação a 2020 nas importações) e os decréscimos de material de transporte (-11,8%, +13,3% face a 2020 nas exportações; -32,8%, +4,9% em relação a 2020 nas importações).
O INE apontou também o aumento registado tanto nas exportações como nas importações de produtos agrícolas, entre janeiro e setembro de 2021, tanto em relação aos períodos homólogos de 2020 (+10,0% e +8,2%, respetivamente) como também de 2019 (+11,1% e +2,4%, pela mesma ordem).
Mais compra e venda de produtos agrícolas
Segundo o mesmo boletim do INE, as exportações de produtos agrícolas aumentaram 10% nos primeiros nove meses do ano, em termos homólogos, atingindo 3.154 milhões de euros, e as importações subiram 8,2% para 6.021 milhões.
De acordo com as Estatísticas do Comércio Internacional de setembro, que contém informação detalhada sobre a evolução do comércio internacional de produtos agrícolas, entre janeiro e setembro deste ano, as exportações daquele tipo de produtos “atingiram 3.154 milhões de euros, aumentando 10,0% relativamente ao mesmo período do ano anterior (+11,1% face ao mesmo período de 2019)”.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), os produtos mais exportados foram as gorduras e óleos, os peixes e as frutas, atingindo um peso conjunto de 55,6% no total das exportações (-1,4 pontos percentuais face ao mesmo período de 2020).
Com os maiores aumentos, destacaram-se os peixes, com mais 104 milhões de euros (+23,0%; -8,6% face a 2019), e as gorduras e óleos, correspondentes a mais 74 milhões de euros (+12,9%; +25,6% face a 2019).
As frutas, que em 2020 tinham registado um aumento significativo (+82 milhões de euros; +15,9%), registaram a maior diminuição face aos primeiros nove meses de 2020 (-59 milhões de euros; -9,8%), representando, ainda assim, um acréscimo de 4,5% face a 2019.
Para onde vendemos?
Espanha manteve-se como principal cliente dos produtos agrícolas portugueses e, tal como no ano anterior, registou um aumento das exportações nacionais neste grupo de produtos (+11,8% relativamente a 2020; +15,1% relativamente a 2019).
Também a França registou um aumento de 16,7% face ao mesmo período do ano anterior (+18,5% relativamente a 2019), ultrapassando o Brasil e passando a ser o segundo principal destino das exportações deste tipo de produtos, sobretudo devido à exportação de fruta.
O que comprámos?
No que diz respeito às importações, naquele período os produtos agrícolas importados atingiram 6.021 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 8,2% relativamente ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% face a igual período de 2019.
Os produtos mais importados foram os peixes, as carnes e os cereais, concentrando 45,5% do total (-0,8 pontos percentuais face ao período homólogo e -3,9 pontos face ao mesmo período de 2019).
Apenas os cereais ultrapassaram as importações do mesmo período de 2019 (+57 milhões de euros; +9,1%), apesar do decréscimo registado em 2020 (-6,9%).
Entre os maiores contribuintes para o crescimento das importações, destacam-se os grupos de gorduras e óleos e de cereais, com aumentos correspondentes a 159 milhões de euros (+35,7%) e 100 milhões de euros (+17,1%).
Tal como nas exportações, Espanha continuou a ser o principal fornecedor de produtos agrícolas, tendo-se registado um aumento de 10,6% (+4,4% face a 2019) nas importações provenientes do país vizinho, mais que compensando o decréscimo observado no ano anterior (-5,7%).
O Brasil foi o segundo principal fornecedor, com um aumento de 16% face ao período homólogo de 2020 (+43,5% face a 2019), ultrapassando os Países Baixos.
Segundo o INE, aquela subida de posição deveu-se ao acréscimo das importações de sementes e frutos oleaginosos com origem no Brasil, principalmente de soja.
Assim, o saldo comercial dos produtos agrícolas, tendencialmente desfavorável a Portugal, agravou-se em 2021, após melhorias do défice em 2019 e em 2020.
Nos primeiros nove meses de 2021, o saldo comercial das transações de produtos agrícolas situou-se em -2.867 milhões de euros, o que corresponde um aumento do défice de 167 milhões de euros face ao período homólogo (em 2020 o défice tinha diminuído 341 milhões de euros).
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