//Extensão do prazo da OPA ao Dia faz parar operações de venda do grupo

Extensão do prazo da OPA ao Dia faz parar operações de venda do grupo

A extensão de uma semana do prazo de aprovação da OPA (Oferta Pública de Aquisição) que a LetterOne lançou sobre o Dia, grupo dono dos supermercados Minipreço, definindo como prazo limite 30 de abril, deixa no ar mais incerteza sobre o futuro imediato da empresa.

A mínima aprovação de 3,3% do capital que a oferta, de 0,67 euros por ação, recebeu a 16 de abril, quando a LetterOne necessita de 35,5% para triunfar, pode atrasar a injeção de capital que a cadeia retalhista precisa sair da situação de insolvência. A proposta da LetterOne é injetar 500 milhões de euros no Dia apenas depois de a OPA ser aprovada.

Mas esta extensão também significa o atraso de várias operações que o grupo tem em mãos há várias semanas, indica o Cinco Días. É exemplo o processo de trespasse de lojas acordado no ERE (“Expediente de Regulación de Empleo”, em espanhol) assinado em março. O acordo afetou cerca de 1600 trabalhadores, número que poderia ser reduzido caso o grupo conseguisse transferir 258 lojas da rede Dia Maxi e Dia Market, classificadas como não lucrativas. O compromisso era a venda e não o encerramento total, como foi ponderado no mês passado.

O processo é complexo, já que o compromisso com os sindicatos foi o de manter as equipas das lojas quando estas fossem transferidas. Mas, a operação confiada à consultora PWC, despertou desde início o interesse a quase todos os rivais do setor. Empresas como Lidl ou Carrefour já mostraram a intenção de assumir qualquer uma das lojas. Apenas a Mercadona não fez qualquer tipo de abordagem, revelam fontes próximas do processo ao jornal espanhol.

De relevância financeira maior, outra operação que o dono do Minipreço tem em mãos é a venda da rede de lojas Clarel e do cash & carry Discount Max. Apesar de no contrato, a banca ter dado um prazo até 2021 para destinar um mínimo de 100 milhões de euros dessa venda à amortização da dívida, a intenção do grupo é fechar a operação ainda antes deste verão.

Mas mais uma vez o resultado da OPA obriga à dilatação dos prazos. Esta operação também é objeto de negociação nas conversações mantidas pela LetterOne e pelo banco credor para resolver o refinanciamento do Dia.

A LetterOne propõe um aumento de capital de 500 milhões, após conclusão da OPA lançada à dona do Minipreço em Portugal a 0,67 euros por ação.Para que a OPA seja bem-sucedida é necessária a aceitação de pelo menos metade do capital sobre o qual incide, ou seja, 35,5% das ações do Dia, garantindo o controlo de 64,5% do grupo.

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