//EY admite que há documentos perdidos pela CGD

EY admite que há documentos perdidos pela CGD

Banca A EY não encontrou toda a documentação que necessitava para avaliar os atos de gestão na Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015. Florbela Lima, que liderou a equipa que fez a auditoria, considerou como “provável que exista documentação que não tenha sido encontrada”.

Na primeira audição da II comissão parlamentar de inquérito (CPI) à Recapitalização da CGD e à gestão do banco, a responsável da EY explicou que o trabalho foi dificultado por “até 2013 não haver um arquivo centralizado e digitalizado” no banco público.

No relatório final da auditoria especial é referido que em 60 das 246 operações analisadas não foi disponibilizada informação. Questionada pelos deputados, Florbela Lima até destacou que houve “empenho de colaboradores e administradores da CGD” em disponibilizar os elementos necessários para a auditoria. Mas “há informação que não foi localizada”.

Florbela Lima revelou que três das operações sem documentação fazem parte dos 25 grandes financiamentos que causaram perdas para o banco público.

Das 60 operações sem documentação completa, “24 não têm exposição na carteira de 2015 e relativamente ao qual não nos foi possível concluir se a informação deveria existir dado que não conseguimos aferir a data de termino da operação e a necessidade da CGD manter esta informação”, refere a auditoria.

Houve outras operações em que apenas foi “facultada informação relativa apenas a reestruturações ocorridas após a concessão inicial” e casos em que “não nos foi disponibilizada qualquer informação (concessão inicial e/ou reestruturações)”.

Apesar da documentação em falta ter dificultado o trabalho, que durou 11 meses, Florbela Lima considera “difícil que não tenham sido identificados os devedores que originaram

EY não ouviu Armando Vara

Além da análise da documentação sobre os grandes créditos e das decisões estratégicas do banco público, a EY ouviu também administradores, atuais e antigos, e antigos colaboradores da Caixa. Mas Armando Vara ficou de fora.

“O presidente do Conselho de Administração da altura não o quis trazer”, explicou Florbela Lima. Armando Vara integrou a administração liderada por Carlos Santos Ferreira entre 2005 e 2008. Acompanhou depois este banqueiro para o BCP, depois da CGD ter dado crédito a acionistas desse banco para reforçarem a posição. Algumas dessas operações estão na lista dos negócios mais ruinosos do banco público.

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