//Falta de formação prejudica Portugal em ranking de talento mundial

Falta de formação prejudica Portugal em ranking de talento mundial

Todos os anos o World Competitive Center da escola de executivos suíça IMD (Institute for Management Development) divulga a lista das economias mais competitivas tendo em conta o nível da atração, desenvolvimento e retenção de talento, analisando três fatores: Atratividade, Investimento e Desenvolvimento e Preparação. A primeira categoria, explica a Porto Business School, que é parceira da IMD para Portugal, mede a capacidade dos países em atrair e reter talento nacional e internacional; a segunda avalia os recursos canalizados para a educação e formação; e a terceira afere a qualidade das aptidões e competências disponíveis no país. Os resultados do IMD World Talent Ranking 2021 demonstram que Portugal, globalmente, manteve-se no mesmo lugar alcançado no ano passado – em 26ª posição numa lista de 64 países do mundo, liderada pela Suíça.

Mas, na análise por fator (que por sua vez tem vários critérios), Portugal desce no Investimento e Desenvolvimento” – cai da 22ª para a 25ª posição – e a principal causa é “a falta de aposta das empresas na “formação dos colaboradores”, naquela que é mesmo a principal fraqueza apontada a nosso país (60º lugar)”, sublinha a Porto Business School, numa nota enviada às redações. Os dados revelam uma queda contínua deste indicador desde 2017, quando Portugal estava em sétimo lugar, posição mantida em 2018. Em 2019 o país caiu para a 13ª posição.

Já no fator Preparação (readiness, em inglês), Portugal desce um lugar, de 24º para 25º. “Aqui, a principal fraqueza registada foi ao nível do baixo “crescimento da força de trabalho”, enquanto que pela positiva sobressaiu a boa pontuação da qualidade da formação em Gestão”, destaca a escola de negócios do Porto. Neste campo, o país apresenta também bons resultados ao nível das “competências linguísticas”.

É no fator da Atratividade que Portugal está pior colocado entre os 64 países analisados, ocupando a posição 30. No entanto, ao contrário das outras duas categorias, houve uma evolução positiva este ano em relação a 2020, com a subida de três posições.

Dentro deste parâmetro, os critérios mais penalizadores são a “justiça” (se é bem administrada), a “motivação dos trabalhadores”, a saída de profissionais qualificados (brain drain) e a “atração e retenção de talentos”(se é uma prioridade das empresas). As pontuações mais favoráveis vão para os critérios “exposição a poluição por partículas” e “qualidade de vida”.

O ranking resulta da recolha de dados – assegurada em Portugal pela Porto Business School – e de um inquérito feito a executivos. Para Ramon O”Callaghan, dean da escola de negócios portuense, os resultados indicam que “num ano em que todas as economias foram impactadas pelos efeitos da pandemia, Portugal não conseguiu tornar-se mais competitivo”, diz, citado em comunicado. O”Callaghan acrescenta que “os líderes e gestores das empresas devem perceber a sua responsabilidade no aumento da motivação dos colaboradores, que é seguramente impactada por fatores como o salário, a segurança ou a qualidade de vida, mas também pelas condições que são dadas aos profissionais a nível de flexibilidade, reskilling e utilização da tecnologia mais avançada.”