//Falta de matérias-primas pode levar a aumento de preço nos alimentos

Falta de matérias-primas pode levar a aumento de preço nos alimentos

Nos próximos meses, os alimentos vão ficar mais caros, acreditam tanto as associações de produtores como a indústria transformadora. A instabilidade provocada pela pandemia, com atrasos na produção, escassez de recursos humanos e aumento dos custos com transportes, é um dos fatores a ter em conta, mas não é o único. Fenómenos naturais estão a causar escassez de matérias-primas e o disparar da procura por parte da China são outros dados a ter em conta, bem como o aumento dos custos com energia e combustíveis.

A notícia é avançada pelo Negócios, que cita o administrador da Cerealis, que classifica a situação de uma “tempestade perfeita”. João Amorim Faria fala num aumento de 15% do trigo mole, a matéria-prima base das farinhas, desde o início do ano, mas que é superior a 30% comparativamente a 2019. Já o milho tem um agravamento de preço de 32% e 56%, respetivamente. Para a próxima colheita do hemisfério norte, que acontece em novembro, estão previstos aumentos de 45% no preço do milho e de 30% no trigo e na soja, face a 2020, destaca o jornal.

Frutos e legumes deverão ficar mais caros nos próximos meses, tal como a carne, leite e ovos, que sofrem os efeitos do agravamento dos custos das rações para animais, produzidas à base de trigo, milho, soja e outras oleaginosas. José Romão Braz, presidente da Associação dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA)., admite que, “a manter-se o cenário atual”, os preços deverão subir entre 5% e 10%, tal como já está a acontecer nos EUA.

Do lado da indústria, as empresas procuram absover parte destas subidas, designadamente através da gestão de stocks e do estreitamento das margens, mas a convicção é que a tempestade está prestes a rebentar. “A indústria agroalimentar tem vindo a manter como foco o consumidor e o objetivo de continuar a disponibilizar produtos de referência, inovadores e diversificados, mantendo a melhor oferta de valor. No entanto, a formulação de preços não depende apenas de si”, salienta o presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Jorge Tomás Henriques.

A escassez nas matérias-primas estende-se às próprias embalagens, que obrigou a Sumol+Compal, por exemplo, a recorrer a novos fornecedores. “As matérias-primas onde sentimos mais impacto foram as relacionadas com materiais de embalagem, nomeadamente, plásticos, alumínio e cartão, uma vez que a origem de uma parte é na Ásia”, refere fonte oficial da empresa.

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