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A realização da fase final da Liga das Nações em Portugal deverá ter um impacto económico na ordem dos 150 milhões de euros. A estimativa é avançada por Daniel Sá, professor do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM).
Em entrevista a Bola Branca, Daniel Sá não hesita em considerar que, além do “simbolismo e do reconhecimento” de acolher a estreia em fases finais da nova competição da UEFA, este evento é uma boa notícia para a economia nacional, pelo impacto económico gerado.
“Impacto que nós estimamos que ronde os 150 milhões de euros, dada a natureza da competição. Temos quatro jogos, temos uma massiva deslocação de adeptos holandeses, suíços e ingleses, temos os adeptos portugueses, temos as campanhas das marcas associadas ao futebol a serem reforçadas, temos merchandising”, enumera Daniel Sá.
O professor do IPAM salienta que este final de época desportiva se torna, assim, “extremamente positivo”. Tanto pelo prestígio desportivo, como pela forma como “impacta a economia de vários setores de atividade que não estão diretamente relacionados com o futebol, mas que acabam por beneficiar” com a organização da “final four” da Liga das Nações.
Maior impacto económico será gerado pelos quatro encontros
Na opinião de Daniel Sá, é nos quatro jogos (meias-finais, terceiro lugar e final) que residirá o maior impacto da Liga das Nações na economia.
“Vamos ter, entre adeptos destes quatro países [Portugal, Suíça, Holanda e Inglaterra], um conjunto de consumos muito interessantes. Pelo lado dos adeptos estrangeiros, temos viagens, estadias e alimentação. Pelo lado dos adeptos portugueses, também a bilheteira, naturalmente, mas temos todo o consumo associado aos jogos”, explica.
O professor do IPAM assinala que “cada um destes jogos vai ser visto por três a quatro milhões de espectadores” e que, sendo o futebol “um fenómeno a que tipicamente assistimos em grupo”, muitas vezes até fora de casa, “há vários consumos associados aos momentos dos jogos”. Essa será, acredita Daniel Sá, “a grande fatia do impacto económico”.
Agentes do futebol são mancha na imagem passada para o exterior
Neste contexto, Daniel Sá alinha na preocupação manifestada, durante a I Conferência Bola Branca, realizada, na segunda-feira, pela Renascença. A forma como o futebol português é tratado por alguns dos principais agentes é um obstáculo à afirmação da imagem portuguesa no exterior.
“Os agentes do futebol em Portugal têm feito um mau trabalho. Não há outra palavra para o descrever, porque acabamos por ter, diariamente, os próprios agentes do futebol a maltratar o produto que têm, coisa que seria impensável vermos, por exemplo,no setor do calçado, do têxtil ou do vinho. Tenho, até, a esperança de que esta Liga das Nações traga algum clima de entusiasmo e de algo positivo para um setor que é tão importante para o nosso país como é o futebol”, sublinha.
A “final four” Liga das Nações realiza-se entre 5 e 9 de junho, em Portugal. O Portugal-Suíça está marcado para quarta-feira, às 19h45, no Estádio do Dragão, e terá relato em direto na Renascença e acompanhamento ao minuto em rr.sapo.pt.
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