//Fecho de fábrica em Lousada deixa 150 trabalhadores no desemprego

Fecho de fábrica em Lousada deixa 150 trabalhadores no desemprego

Os trabalhadores da empresa de calçado Sioux, em Lousada, encerrada há cerca de duas semanas, começaram esta terça-feira a receber os papéis do fundo desemprego.

Carlos Pereira, dirigente do Sindicato Têxtil, Vestuário e Calçado, explicou à agência Lusa que o administrador de insolvência já está a trabalhar na empresa, o que permitiu iniciar o processo de emissão da documentação necessária para requerer o subsídio, correspondendo à vontade dos cerca de 150 funcionários, a maioria mulheres.

Desde que foram informados do encerramento da unidade industrial situada em Boim, detida desde 1984 por uma multinacional alemã, os funcionários têm-se concentrado, por turnos, à porta das instalações, exigindo os papéis para o desemprego.

O sindicalista anotou esta terça-feira que os funcionários também pretenderam, com aquela atitude, evitar a retirada de equipamento da fábrica, o que foi conseguido.

Carlos Pereira disse esperar que nos próximos dias esteja terminado o processo de emissão da documentação, deixando assim, admitiu, de haver motivo para a concentração dos trabalhadores à porta da fábrica.

O responsável sindical frisou, também, não haver salários em atraso por parte da empresa.

Apesar disso, referiu, a sociedade insolvente deixou um passivo de cerca de quatro milhões de euros.

Questionado sobre se o encerramento daquela multinacional traduz alguma dificuldade do setor de calçado português, o dirigente disse que se tratou de um “caso isolado” de uma multinacional que se deslocalizou para a Índia, onde já contava com uma unidade produtiva com custos mais reduzidos ao nível da mão-de-obra.

Carlos Pereira lamentou que estas situações de deslocalização continuem a acontecer, defendendo que o Estado português “devia estar mais atento” às condições que proporciona às empresas estrangeiras que investem no país.

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