Partilhareste artigo
A Reserva Federal norte-americana (Fed) decide esta quarta-feira, dia 22, um novo agravamento das taxas de juro. O choque na banca, provocado pela falência do Silicon Valley Bank (SVB) ou pelo tombo do Credit Suisse, terá, de início, refreado as intenções do supervisor financeiro dos EUA. Mas a decisão implacável do Banco Central Europeu (BCE) de subir as taxas em 0,5 pontos e a tranquilização dos mercados, nos últimos dias, deverão levar a Fed a aumentar os indexantes em mais 0,25 pontos para um intervalo entre 4,75% e 5%, segundo vários analistas.
Relacionados
O diretor global de investimentos em obrigações da Allianz Global Investors (AllianzGI), Franck Dixmier, espera “uma subida de 25 pontos base, na próxima reunião do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC), já que a Reserva Federal dos EUA não se dará por satisfeita com a elevada inflação subjacente, que está nos 5,5%”, segundo um comunicado enviado esta terça-feira ao Dinheiro Vivo.
Se dúvidas existissem entre a política de subida de juros, para aliviar a inflação, ou a de redução das taxas, por forma a garantir a estabilidade do sistema financeiro, o BCE acabou por desfazê-las na reunião do passado dia 16, quando anunciou um novo agravamento em 0,5 pontos, para um intervalo entre 3% e 3,75%.
De braço dado com o congénere do Euro, “a Fed deve seguir o exemplo”, até porque a Reserva Federal e as autoridades norte-americanas “dispõem de ferramentas específicas para lidar com uma possível crise de liquidez”, considera Dixmier. O analista sublinha ainda que “a crise está atualmente limitada aos bancos regionais”, o que permite à Fed manter a sua política anti-inflacionista.
O economista-chefe do Bank of America para os EUA, Michael Gapen, partilha a mesma opinião. Citado pela CNBC, o analista considera que “os dados macroeconómicos mostram que algum aperto adicional é necessário”. Porém, alertou que a Fed terá de deixar bem claro que, ao mesmo tempo, consegue “usar os seus poderes de emprestador de último recurso para reprimir qualquer receio de fuga de depósitos dos bancos de média dimensão”.
Subscrever newsletter
Em fevereiro, a instituição, liderada por Jerome Powell, aumentou as taxas diretoras em 0,25 pontos, para um intervalo entre 4,50% e 4,75%, um abrandamento face à subida de 0,5 pontos base da reunião anterior. Agora, expectativa dos analistas é de um novo agravamento em 0,25 pontos para um intervalo entre 4,75% e 5%.
Deixe um comentário