//Feirantes sentem-se discriminados e querem equivalência a lojas de rua

Feirantes sentem-se discriminados e querem equivalência a lojas de rua

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A Associação de Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN) alerta para a situação preocupante que vivem os profissionais do setor, suspenso desde março, devido à pandemia do novo coronavírus, e defende que “o comércio das feiras deve ser comparado ao comércio de rua”.

Em declarações à Renascença, Fernando Sá argumenta que “também ninguém vai controlar uma rua de uma cidade, para ver se as pessoas vão a esta ou àquela loja”.

“Deve haver, à entrada das lojas e à entrada das tendas, o devido controlo, no que diz respeito ao cumprimento da segurança e da higiene no que diz respeito à propagação desta doença”, considera.

O presidente da AFMRN estanha que o Governo “vá mostrando abertura para a retoma de outras atividades e esqueça os feirantes: os feirantes não compreendem porque não podem servir os seus clientes nas feiras, cumprindo as regras de higiene e segurança, quando se perspetiva a abertura de restaurantes ou pequenos comércios.”

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Prontos e ansiosos para o regresso, mas com receios

O presidente da AFMRN garante que os feirantes “estão preparados para implementar as medidas que sejam necessárias e estão ansiosos e desejosos para regressar às feiras”.

Para um setor já habituado às dificuldades associadas à concorrência vinda das grandes superfícies, hipermercados e outras lojas, “esta angústia e incerteza quanto ao futuro está a fazer entrar em desespero alguns comerciantes”.

Fernando Sá explica que quando a pandemia bateu à porta, já o setor vivia momentos complicados devido às intempéries que condicionaram a realização de algumas feiras e “agora tudo se está a agravar”.

“Enquanto anteriormente ainda poderiam realizar, embora com algumas limitações, a sua atividade, agora foram postos numa situação mesmo de impedimento, sem nenhuma fonte de rendimento. Todos os feirantes viram-se, de uma forma involuntária, remetidos a casa, sem qualquer fonte de rendimento, e o espírito é bastante preocupante relativamente ao futuro da atividade”, afirma.

O presidente da AFMRN diz que os feirantes tinham feito investimentos a pensar na Páscoa e nos emigrantes que regressariam ao país. Agora, os artigos permanecem nos armazéns, sem que tenham realizado qualquer negócio. À associação “têm chegado relatos alarmantes, agravados pela própria ansiedade, em relação ao que acontecerá, quando puderem recomeçar as suas atividades”.

“A ansiedade torna-se a cada dia maior, pela ausência de notícias quanto à reabertura das feiras. Este é um setor que envolve muitas famílias e corre o risco de ver desaparecer um grande número de agentes económicos ou feirantes”, lamenta.

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Apoios insuficientes e linha de crétido com complicações

Fernando Sá aponta que, da parte do Governo e de todas as autoridades no âmbito da saúde, “não se está a ver grande abertura quanto ao reinício da atividade”. Nem grande movimento, do ponto de vista dos apoios.

“Já há apoios que estão a chegar, sobretudo os que estão relacionados com a redução da atividade, mas, como estamos a falar de microempresas, e como o apoio assenta no volume de faturação, e como os tempos anteriores à pandemia foram de poucas vendas, são valores muitos escassos. Temos relatos de feirantes que receberam 62 euros. Não é possível sobreviver com este apoio”, atira.

Quanto à linha de crédito que abrange o setor, Fernando Sá afirma que, devido à “dificuldade em reunir a documentação necessária e à burocracia existente, os que fizeram pedidos ainda não viram nas suas contas o dinheiro que esperam arrecadar”.

A Associação de Feiras e Mercados da Região Norte abrange 86 concelhos e oito distritos do norte do país.

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