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A Fesap – Federação de Sindicatos da Administração Pública, afeta à UGT, exigiu nesta quarta-feira o fim das quotas de avaliação para os trabalhadores da função pública, pedindo que a mudança seja feita ainda neste ano.
A posição foi assumida em comunicado depois de ontem, no parlamento, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, ter indicado que não será possível acabar totalmente com o sistema de quotas que limita a obtenção de um número maior de pontos para progressão, ainda que a matéria tenha ainda de ser negociada com os sindicatos. O governo comprometeu-se a iniciar a revisão do sistema de avaliação das carreiras gerais, o SIADAP, até março.
“Tendo sido garantido pelo Governo que em março iniciará com as organizações sindicais a negociação da revisão do SIADAP, a FESAP considera inusitadas e inaceitáveis as declarações feitas pela Ministra na Comissão Parlamentar da Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local, uma vez que revela e dá como adquiridas as convicções do governo relativamente a uma matéria que ainda será sujeita à negociação com os sindicatos”, reage a estrutura.
“Se me pergunta se vai ser possível tirar completamente as quotas, imagino que isso não venha a ser possível, mas há seguramente outras dimensões que trabalharemos com abertura com os sindicatos”, afirmou Alexandra Leitão em audição na Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local, em resposta à deputada Joana Mortágua.
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Na reação, a estrutura liderada por José Abraão apela ao governo que, “em vez de se desmultiplicar em anúncios de medidas ainda não negociadas, passe das palavras aos atos e avance com a negociação do SIADAP rapidamente e de modo a que todo o processo fique concluído ainda no decurso deste ano”.
A Fesap manifesta-se contra a manutenção das quotas que, atualmente, apenas permitem que um em cada quatro funcionários públicos obtenha menção “relevante” (que vale dois pontos em dez necessários para progressão), sendo que apenas 5% destes podem obter “excelente”, que dá direito a seis pontos. Para a maioria, progredir no nível remuneratório exige dez anos, com a obtenção de um ponto por ano.
A Fesap defende ainda a “redução de ciclos avaliativos, passando de bianuais para anuais, e da redução do tempo necessário para progredir nas carreiras, que é atualmente, para a vasta maioria dos trabalhadores, de 10 anos, e contribua para a mitigação de injustiças como as representadas pela retirada indevida de pontos para efeitos de progressão a milhares de assistentes operacionais ou pelo facto de hoje ser muito fácil encontrar, por exemplo, um assistente operacional a aposentar-se com um salário idêntico ao auferido por colegas acabados de ingressar nessa mesma carreira”.
Também o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), afeto à CGTP, iniciou ontem uma campanha que pede a abolição de quotas e revogação do atual sistema de avaliação.
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