A seguradora Fidelidade, que é acionista minoritária da falida Thomas Cook, garante que a queda do operador turístico britânico não terá um “impacto significativo na rentabilidade média dos investimentos” do grupo em 2019.
A companhia de seguros do grupo chinês Fosun detém uma participação de cerca de 7% no operador turístico que está cotado na Bolsa de Valores de Londres. A Fidelidade vai perder 16 milhões de euros com a falência da Thomas Cook, noticiou o Eco.
Segundo a seguradora, “esta posição minoritária tem natureza meramente financeira, não tendo a Fidelidade qualquer participação na gestão corrente deste operador turístico, que tem, como acionistas relevantes, grandes seguradoras mundiais, como a Aviva, a Standart Life Aberdeen e a Life & General Group, bem como diversos investidores institucionais de referência como a UBS, a Blackrock, a Invesco, Barclays, Vanguard, etc”.
“Tendo em conta a descida continuada das cotações da Thomas Cook verificada em 2018, a maior parte da perda potencial atribuída a esta participação foi desde logo registada no exercício de 2018, por medida de prudência”, explicou a companhia de seguros num comentário enviado aos media.
De acordo com a Fidelidade “este registo antecipado destas perdas potenciais não tiveram um impacto significativo na rentabilidade média dos investimentos da Fidelidade, que continuou a ser superior à média do mercado [3,3% em 2018]”.
A Fosun, o maior acionista da Thomas Cook, falhou na tentativa de fazer passar um plano de recuperação do operador turístico. A falência do grupo deu lugar à maior operação de repatriamento de britânicos desde a Segunda Guerra Mundial.
“O anúncio da falência gera agora a necessidade de reconhecer até ao final do ano perdas de cerca de 16 milhões de euros, o que representa apenas cerca de 0.1% do total de ativos sob gestão detidos pela Fidelidade”, frisou.
A Fidelidade “lamenta que o Grupo Thomas Cook, uma grande empresa europeia com mais de 22.000 trabalhadores e uma história centenária, não tenha encontrado uma solução viável para a proposta de recapitalização com acionistas, credores e outros investidores, que permitisse evitar a falência daquele que é um dos operadores turísticos mais antigos e relevantes do mundo”.
Mas lembrou que, “apesar da falência anunciada a empresa detém ainda um conjunto de ativos muito valiosos e que serão geridos no processo de liquidação”.
A Fidelidade sublinhou ainda que, “como em todas as decisões de investimento, as expectativas de crescimento apresentadas à época do investimento inicial, suportadas por uma sólida reputação, uma base de clientes vasta e fidelizados, e um grande potencial de adaptação a outras geografias e modelos de negócio foram decisivas na decisão então tomada”.
Mas garantiu que “o cenário de falência da Thomas Cook agora colocado, obrigando ao registo de perdas adicionais, não terá, da mesma forma, um impacto significativo na rentabilidade média dos investimentos em 2019”.
A Fidelidade pertencia à estatal Caixa Geral de Depósitos mas foi vendida à Fosun em 2014. Desde então tem sido um ponta de lança do grupo chinês na entrada em várias empresas e negócios.
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