Foi criada em 2006 pelo português Ricardo Seixas e gere 350 milhões de euros em ativos. A partir de agora, a espanhola Fidentiis Gestión passa também a estar presente no mercado português através de uma parceria com o Banco Best, do Novo Banco. Os investidores portugueses passam a ter acesso a quatro fundos de investimento, dois deles dedicados a ativos da Península Ibérica.
O acordo com o Best faz sentido “não só por ser uma forte plataforma de fundos, como todo o modelo de negócio e projetos de crescimento o tornaram uma excelente escolha para esta parceria”, disse o líder da Fidentiis, que recentemente passou a ser acionista da portuguesa Easypay, com menos de 10% do capital.
“Surgiu-nos este contacto com a Fidentiis que tem a particularidade de o seu CEO ser português, já há alguns anos em Espanha”, disse Carlos Almeida, diretor de investimentos do Best. Destacou ainda o facto de a Fidentiis ser uma entidade independente na gestão dos seus ativos e ter uma elevada especialização. “Verificámos que podíamos adicionar valor à nossa oferta, nomeadamente na componente de fundos da Ibéria. Tínhamos quatro e passámos a ter seis fundos da Ibéria.”
O Best passa a comercializar quatro fundos da Fidentiis, que requerem um investimento mínimo de mil euros. O Fidentiis Tordesillas SICAV-Iberia tem mais de cem milhões de euros de ativos sob gestão e, entre janeiro e abril, valorizou 6,4%. Este fundo investe em empresas portuguesas e espanholas e tem uma classificação de 5 estrelas da Morningstar. O Iberia Long-Short tem 84 milhões de euros sob gestão e utiliza posições curtas e longas em ações em Espanha e Portugal. Foca-se no stock-picking – uma escolha seletiva de ações -, e visa mitigar a volatilidade da carteira de ativos. O Global Strategy investe em ações e obrigações globais e visa a preservação do capital, mantendo a volatilidade em 4% e 5%. O European Financial Opportunities investe no setor financeiro europeu.
Prudência nos mercados
Se o ano de 2019 “está a correr francamente bem, quer nas ações quer nas obrigações”, Carlos Almeida recomenda aos investidores “prudência e uma ampla diversificação” dos seus investimentos.
“Os temas do início do ano não estão ainda fechados, nomeadamente a guerra comercial EUA/China e o brexit”, afirmou. Segundo o último inquérito do Bank of America Merrill Lynch, os investidores preferem ter liquidez e o seu nível de pessimismo está em máximos desde a crise.
“É, evidentemente, uma preocupação porque, considerando que a liquidez, mais do que nunca, não é uma opção de investimento mas sim a opção que – porventura – confere menor risco ao investidor, significa que todos têm presente a perspetiva de que essa crise de mercados pode apresentar-se como um cenário mais provável do que em todo este período de 7/11 anos”, afirmou Ricardo Seixas. Mas Carlos Almeida destacou “um sinal positivo de ausência de euforia, e de ponderação dos investidores, numa altura em que os bancos centrais continuam com um discurso de promoção do crescimento económico e moderação da sua política monetária”.
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