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O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou esta quarta-feira que a estabilidade financeira mundial pode ser posta em causa se não forem tomadas medidas, e apelou a que se mantenham os apoios à economia.
Numa atualização ao seu Relatório sobre a Estabilidade Financial Mundial, o FMI vê riscos de correção em algumas classes de ativos, insolvências e aumento do endividamento de famílias com menores rendimentos.
“Os riscos de estabilidade financeira têm sido controlados até agora, mas não podemos tomar isso como garantido”, alertam Tobias Adrian, conselheiro financeiro e diretor do Departamento de Mercado de Capitais do FMI, e Fabio Natalucci, diretor-adjunto do mesmo Departamento, numa nota conjunta.
“Até que as vacinas estejam amplamente disponíveis, a recuperação do mercado e recuperação económica apoiam-se na continuidade do apoio e suporte da política monetária e orçamental”, adiantam.
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Segundo o FMI, “os riscos de estabilidade financeira estão sob controle até agora, mas são necessárias medidas para lidar com as vulnerabilidades financeiras expostas pela crise”:
Entre as fragilidades existentes, o FMI destaca “o aumento da dívida corporativa, fragilidades no setor de instituições financeiras não bancárias, aumento da dívida soberana, desafios de acesso ao mercado para algumas economias em desenvolvimento e redução da rentabilidade em alguns sistemas bancários”.
O FMI destacou ainda que “avaliações de ativos parecem ser esticadas em vários mercados”. “Uma sensação de complacência permeia os mercados financeiros e os investidores parecem apostar numa política persistente e uma visão uniforme do mercado, o que aumenta o risco de uma correção de preço”, avisa.
Também o “atraso no acesso a cuidados de saúde abrangentes soluções podem significar um global incompleto recuperação e colocar em risco o financeiro global sistema”.
Para o FMI, “o apoio monetário e orçamental continuado permanece vital para diminuir as incertezas remanescentes, construir uma ponte para a recuperação e garantir a estabilidade financeira”.
Já ontem o FMI alertou para a existência do risco de ser destruído o tecido social e a retoma das economias, inclusivamente as mais desenvolvidas, devido aos atrasos nas vacinas. O FMI vê riscos negativos muito ameaçadores: mais desemprego, desigualdades, falências e revolta social.
Apesar de o seu cenário base para 2021 ser uma retoma, disse que a incerteza que paira sobre as várias economias é “tremenda” e que a retoma, mesmo que aconteça, será muito desigual consoante os países e as regiões, mesmo dentro de espaços como a zona euro, indicou Gita Gopinath, a economista-chefe do FMI.
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