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O crescimento previsto para este ano vai ser bem maior do que o valor que suporta o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), revela o Fundo Monetário Internacional (FMI), na avaliação anual ao País, chamado Artigo IV.
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O FMI publicou esta quinta-feira novas previsões para Portugal. O crescimento projetado para 2022 – mesmo com muita inflação, energia cada vez mais cara, taxas de juro a subir e guerra às portas da Europa – foi revisto em alta de 4% em abril para 5,8% agora, um ritmo igual ao projetado pela Comissão Europeia em maio, mas ligeiramente abaixo da previsão mais recente do Banco de Portugal (6,3%).
O FMI debateu com as “autoridades portuguesas” as razões para tamanha esperança no ímpeto da economia. O governo respondeu que são o turismo e as exportações que estão a surpreender pela positiva. O primeiro trimestre ofereceu um balanço favorável bastante importante, disseram os responsáveis nacionais à missão do FMI que esteve em Portugal.
As autoridades portuguesas “concordaram largamente com a avaliação da missão sobre as perspetivas e riscos, mas esperam que o crescimento anual em 2022 seja mais forte”, refletindo efeitos positivos originados no primeiro trimestre, explica o Fundo.
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“Observaram que o emprego e as taxas de participação no mercado de trabalho já se encontram acima dos níveis pré-pandémicos” e contam que a inflação atinja provavelmente o pico este ano”.
Em abril, tinha a guerra na Ucrânia começado há pouco tempo, o FMI previa uma inflação de 4% em Portugal este ano. O valor está claramente desatualizado.
Se é verdade que a economia cresce muito em termos reais, ainda a recuperar de 2021 (ano muito marcado pela pandemia, sobretudo no início), a inflação começa a corroer o poder de compra em Portugal, o que pode ter efeitos secundários a prazo, dizem os peritos.
O FMI prevê agora uma inflação (harmonizada) média de 6,1% este ano. É bem mais dos que os 4% assumidos por António Costa e Fernando Medina no Orçamento do Estado recentemente aprovado.
Nas contas públicas, o Fundo vê um défice maior, mas o peso da dívida pode cair mais. Medina quer chegar a um défice equivalente a 1,9% do produto interno bruto (PIB) e a um rácio de dívida de 120,7% do PIB no final deste ano.
O FMI vê um défice de 2,2% e uma dívida a cair mais, para cerca de 115,8%, embora repare que esta continua a ser demasiado grande e um empecilho para o país.
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