Uma empresa de Chaves lança esta quinta-feira no mercado produtos inovadores, confecionados a partir de cerveja. Caviar e geleias querem “gerar novas experiências” e conquistar o palato de consumidores exigentes, que gostem e apreciem cerveja.
“Gerar novas experiências aos consumidores que procuram novas sensações gustativas” é, segundo o coordenador do projeto, o objetivo de “Beer to Eat”.
“A ideia surgiu durante uma feira onde estava uma das responsáveis de marketing da Super Bock, que gostou imenso do nosso ‘Wine to Eat’ e nos lançou o desafio: porque não cerveja para comer?”, explica à Renascença o coordenador Ricardo Correia.
E foi o bastante para que a empresa Sapientia Romana se sentisse estimulada a desenvolver, a testar e a lançar o produto para o mercado, um ano após o desafio.
“Para arrancar com a ‘Beer to Eat’ temos duas gamas de produto que são as geleias, que é o que mais se parece com as cervejas para comer, porque 75% é cerveja e come-se mesmo com a colher. E vamos ter também uma gama de caviares, que é o produto mais complexo”, conta Ricardo Correia.
O coordenador do projeto afirma que “estes produtos são para pessoas que gostam de cerveja, que admiram e apreciam uma boa cerveja”, realçando que na base estão cervejas da seleção 1927, nas variedades Munich Dunkel, Bengal Amber IPA e Bavaria Weiss”.
Segundo Ricardo Correia, “os produtos cheiram e sabem a cerveja, não têm álcool, mas mantêm os traços principais da variedade que lhe deu origem”. “O nosso objetivo é que alguém, quando prova uma geleia consiga saber que cerveja é que está a comer”, conclui.
Os novos produtos, caviar e geleias, resultaram da aplicação de técnicas avançadas de cozinha molecular, como a esferificação, à cerveja.
“Tudo aquilo que nós fazemos tem um aspeto inovador, tecnologicamente muito avançado. São novas técnicas de gastronomia, todavia, são totalmente feitos de forma artesanal”, destaca Ricardo Correia.
E porque ideias não faltam, a curto prazo – provavelmente até ao Natal – a empresa propõe-se lançar mais uma gama de produtos com cerveja.
“Estamos a pensar em flor de sal e estamos a tentar desenvolver o produto que é mais apetecível, tendo em conta a experiência que temos com o ‘Wine to Eat’, o irmão mais velho, mas que é o mais difícil de conseguirmos estabilizar, que passa por combinar chocolate e cerveja”, avança Ricardo.
Os produtos são lançados esta quinta-feira, mas já estão disponíveis nas principais lojas gourmet nacionais e também em França. Brevemente chegarão à Holanda e a Macau. O desafio será chegar também ao continente americano.
O segredo que não se revela
A pedido da Renascença, a chef Ruta Jasulaityte explica como se chega à cerveja para comer.
“Recorremos à ajuda da cozinha moderna, como agora se chama, ou cozinha molecular, com uma redução muito curta da cerveja, para solidificar, porque as temperaturas altas tiram os aromas e perfumes da cerveja e não usamos como para as geleias comuns tanta quantidade de açúcar. Por isso, as nossas geleias são mais leves e têm menos calorias”, conta.
E, sem querer revelar o segredo, explica que “produzir o caviar é um processo mais complexo, mas muito fascinante, com recurso à cozinha molecular”.
Para acompanhar as geleias, a chef sugere queijos frescos ou mais fortes tendo em conta a variedade da cerveja, iogurte grego ou saladas, mas aconselha também criatividade e ousadia para experimentar “caramelizar cebolas ou beterraba, ou simplesmente degustar com pão”. “Com o caviar cai bem um salmão fumado e também os queijos”, conclui.
Apesar de se tratar de produtos inovadores, Ricardo Correia diz que são acessíveis aos bolsos dos portugueses. Uma geleia de cerveja custa 7,5 euros, enquanto o caviar fica pelos 13,5 euros.
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