O BPI está a apostar no crédito a taxa fixa para ganhar terreno no mercado de crédito. O presidente do banco, Pablo Forero, considera que “não há mais mercados importantes a fazer tanto crédito a taxa variável como Portugal”. Exemplifica com o mercado espanhol. Depois de representar a fatia de leão do crédito, a taxa variável é feita apenas em 40% do novo crédito.
Pablo Forero considera que “é muito provável que as taxas de juro vão subir no futuro”. E considera que caso isso aconteça, fixar a taxa é uma decisão que “pode ser mais prudente e mais inteligente”. No entanto, admite que no início esta opção poderá ficar mais cara que contratar crédito a taxa variável.
Questionado sobre os motivos que podem explicar a prevalência da taxa variável no crédito à habitação em Portugal, Pablo Forero refere que a “boa decisão durante os últimos 25 anos foi ter a dívida em taxa variável”. Relembra que as taxas de juro já estiveram em 15% antes da criação do euro. E que agora estão em valores negativos, pelo que considera que agora a boa decisão poderá ser fixar a taxa.
Nos primeiros nove meses do ano, o novo crédito concedido pelo BPI aumentou 36% face ao mesmo período de 2017. No mercado essa subida foi de 25%. O banco concedeu mais de mil milhões de euros nesse período. No entanto, o stock teve uma subida de 1,3% para 11,2 mil milhões de euros. O banco não antevê que as recomendações do Banco de Portugal na concessão de crédito, que entraram em vigor no início de julho, tenham impacto na evolução do crédito.
“As recomendações que o Banco de Portugal fez são positivas”, disse Pablo Forero. Detalha que as regras “ajudam a que os bancos e os clientes estejam a fazer operações de crédito hipotecário em condições sustentáveis”. Mas entende que não deverá existir “um impacto negativo na nova concessão”.
No entanto, um inquérito feito pelo Banco de Portugal junto de cinco instituições financeiras concluiu que a maior parte delas adotou critérios mais restritivos na concessão de crédito devido às recomendações do supervisor. Questionado sobre essas conclusões, Pablo Forero considera que
“se outros bancos estão a ser mais rigorosos na concessão de crédito, bem-vindos”. E deixou o alerta que “as crises financeiras têm origem no malparado”.
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