//Fórum para a Competitividade prevê manutenção de elevados níveis de poupança

Fórum para a Competitividade prevê manutenção de elevados níveis de poupança

A taxa de poupança das famílias subiu no quarto trimestre de 2020 para máximos desde 2002, mas o Fórum para a Competitividade avisa que esta “poupança forçada” pela pandemia poderá não se traduzir significativamente em despesa extra em 2021.

“Em Portugal, não se deve esperar que a poupança ‘forçada’ de 2020 se transforme de forma expressiva em despesa extra em 2021, devendo ser necessário aguardar pelo próximo ano para detetar efeitos mais visíveis”, sustenta o diretor do gabinete de estudos do Fórum, Pedro Braz Teixeira, na nota de conjuntura de março daquela entidade, hoje divulgada.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no quarto trimestre de 2020 a taxa de poupança das famílias subiu para 12,8%, face a 7,1% no trimestre homólogo (média dos quatro trimestres anteriores), o valor máximo desde 2002.

Conforme nota Pedro Braz Teixeira, “a poupança aumentou em presença de um aumento modesto do rendimento disponível de 1,0% (devido às ajudas públicas), com uma quebra inédita de 5,0% no consumo privado”.

Já o investimento dos particulares “foi ligeiramente superior ao do ano anterior (8.756 milhões face a 8.666 milhões de euros), não tendo sido afetado pela pandemia”.

“Isto significou que praticamente todo o crescimento da poupança se traduziu num aumento da sua capacidade de financiamento, que subiu de forma muito expressiva de 3.170 milhões em 2019 para 11.998 milhões de euros em 2020”, salienta, questionando “o que se vai passar com estes 8.828 milhões de euros de aumento da capacidade de financiamento, que correspondem a 4,4% do PIB [Produto Interno Bruto] de 2020”.