Um dos representantes do Estado na administração da Fundação Berardo apresentou a sua demissão na semana passada, depois da ministra da Cultura ter contrariado uma ordem do Tribunal ao nomear o presidente do Centro Cultural de Belém (CCB) como guarda do arresto de obras da Fundação.
A notícia é avançada esta terça-feira pelo Jornal Económico, que adianta que João Neves alegou motivos pessoais para se demitir com efeitos imediatos.
De acordo com o jornal, a ministra Graça Fonseca nomeou unilateralmente Elísio Summavielle para guarda das cerca de mil obras de arte arrestadas no âmbito de um processo de tentativa de recuperação de dívidas a Joe Berardo. Daquelas obras, 862 integram o acordo de Berardo com o Estado para estarem em exposição no CCB.
O empresário madeirense acumula quase 1.000 milhões de euros de dívidas à Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp e Novo Banco.
João Neves tinha sido nomeado administrador da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo pelo anterior ministro da Cultura, Castro Menezes. Aquela Fundação gere o Museu Berardo e contava com dois representantes do Estado.
A Associação Coleção Berardo foi notificada da finalização do arresto de cerca de 2.200 obras de arte, incluindo 1.200 do jardim Bacalhôa Buddha Eden, no Bombarral, e na Aliança Underground Museum, museu nas caves Aliança-Vinhos de Portugal, em Aveiro, segundo avançou o mesmo jornal na passada sexta-feira.
A Associação manifestou a sua intenção de impugnar o arresto, noticiou a Lusa.
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